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União Europeia e Estados Unidos anunciam sanções contra a Rússia após decisão sobre separatistas

Para o presidente americano, Putin ainda mantém o plano de atacar a Ucrânia e anexar o país.

A União Europeia e os Estados Unidos anunciaram nesta terça-feira (22) uma série de sanções contra a Rússia após o presidente Vladimir Putin reconhecer a independência de duas regiões separatistas no leste da Ucrânia. Mais cedo, a Duma, o Parlamento russo, autorizou o uso de militares para assegurar a independência de Donetsk o Luhansk.

Josep Borrell, chefe da diplomacia europeia, o pacote de punições mira 27 instituições e indivíduos ligados à Rússia, como “bancos que financiam os tomadores de decisão da Rússia e operações naqueles territórios”. “As grandes violações que a Rússia está fazendo não ficarão impunes”, enfatizou ele, lembrando que as punições decididas por unanimidade pelos ministros das Relações Exteriores da UE também afetarão “os membros da Duma russa que votaram a favor dessa violação do direito internacional e da integridade territorial e soberania da Ucrânia”.

Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, afirmou que as sanções atingirão o banco VEB e o banco militar russo, a dívida soberana russa e o que chamou de “elite russa e seus familiares”. “Eles não vão mais levantar dinheiro no Ocidente e não irão mais vender títulos nos nossos mercados”, afirmou Biden. Segundo o mandatário, o governo americano chegou a um acordo com a Alemanha para que o gasoduto Nord Stream 2 não seja concluído enquanto a Rússia não desistir de sua posição no leste da Ucrânia.

“A Rússia vai pagar um preço ainda mais alto se continuar com estas agressões. Os Estados Unidos vão continuar o apoio militar para a Ucrânia e vai reforçar as forças da Otan (Aliança do Tratado do Atlântico Norte). Eu autorizei novas tropas à medida que as tropas russas não vão sair de Belarus. As tropas [da Otan] vão para a Letônia e Lituânia. São movimentos defensivos da nossa parte. Não vamos entrar em guerra com a Rússia, vamos defender cada milímetro do território da Otan”, afirmou Biden.

Para o presidente americano, Putin ainda mantém o plano de atacar a Ucrânia e anexar todo o país a partir da queda da capital, Kiev. Biden afirmou que cerca de 150 mil soldados estão nas proximidades da fronteira da Ucrânia em Belarus, embora o governo russo tenha dito que iria acabar com exercícios militares na região.

Putin diz que intervenção de tropas na Ucrânia não será imediata

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse nesta terça-feira (22) que não vai enviar imediatamente tropas para as duas repúblicas separatistas, Donetsk e Luhansk, no leste da Ucrânia, que foram reconhecidas como independentes pelo Kremlin.

Hoje cedo, o Conselho Superior da Rússia aprovou o envio de tropas às recém-reconhecidas Donetsk e Luhansk, na tentativa de garantir segurança na região. Após a decisão, no entanto, Putin afirmou que uma eventual entrada do Exército em território ucraniano depende da situação no local.

“Eu não disse que nossos soldados vão para lá agora. Vai depender, como dizem, da situação no terreno”, disse Putin, acrescentando que, se for necessário, o país vai oferecer ajuda, inclusive militar, às regiões de Donbass. “Em caso de necessidade, vamos assumir os compromissos assumidos”, prosseguiu.