Brasil e Mundo

Segundo dados do Banco Central, nos últimos 12 meses o saldo creditício total do país cresceu R$1,5 trilhão

Então, o total do crédito comparado com toda a riqueza produzida no Brasil aumentou.

Desemprego, necessidade de adaptar o empreendimento ao contexto de pandemia, reformas na casa ou compras para ficar mais confortável no home office.

Seja o motivo que for, não são poucos os brasileiros que têm procurado créditos de diferentes tipos para alcançar seus objetivos ou superar alguma dificuldade nessa época de crise.

De fato, o percentual de famílias endividadas atingiu quase o 70% no mês de junho, isto é, um crescimento de dois pontos e meio se comparado com igual mês do ano passado, tudo segundo dados fornecidos pela Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor publicada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo.

Um dado preocupante é que o nível de endividamento também cresceu: o número de famílias que declararam que não terão condições de pagar as contas em atraso e que permanecerão inadimplentes passou de 10,5% para 10,8%.

O panorama é ambíguo. Desde o aspecto alentador, num período de um ano contabilizado até maio (últimos dados publicados pelo Banco Central), o saldo total de crédito no Brasil cresceu em R $1,5 trilhão, chegando à soma de R $4,177 trilhões.

Daquele total, as operações financeiras dirigidas às pessoas físicas passaram de R$ 320 bilhões para R$2,361 trilhões. Ainda assim, mesmo que o total de empréstimos concedidos tenha superado o 50% do Produto Interno Bruto (PIB), este também caiu com a crise gerada pela pandemia.

Então, o total do crédito comparado com toda a riqueza produzida no Brasil aumentou.

O que esperar? os efeitos da taxa Selic e o Open Banking

A respeito do futuro próximo, é preciso levar em conta que a política atual do Banco Central vem marcada por aumentos consecutivos da taxa Selic, a taxa básica de juros.

Ela começou o ano perto do 2%, saltando atualmente para 4,25%, com projeções de chegar a 5% em agosto. Ela é uma ferramenta de política monetária: quando ela sobe os juros cobrados nos financiamentos, empréstimos ou cartões de créditos tendem a ficar mais caros, como já está sendo visto atualmente.

Mesmo que aquilo possa ajudar para o controle da inflação, a verdade é que preocupa principalmente àquelas pessoas que dependem do financiamento para manter seus negócios em pé, por exemplo.

Os analistas acham que a chegada do famoso Open Banking pode vir compensar um pouco a suba nos créditos. O pensamento se deve a que o sistema irá gerar um aumento da concorrência entre os integrantes do mercado financeiro e, aquela disputa pelos clientes, deveria baratear o custo dos empréstimos para os consumidores.

Para o diretor de Produtos de Crédito do Santander, Cássio Schmitt, a oferta de crédito ainda está sendo puxada pelos grandes bancos; a concorrência da banca digital somente é percebida em alguns produtos como cartões ou crédito consignado. Se espera que, com a entrada da nova fase do open banking, tanto ao longo deste ano como de 2022, a concorrência de crédito aumente com maior espaço para as fintechs.