Neste mês, quando se comemora o Dia da Criança, a SBD (Sociedade Brasileira de Diabetes) alerta pais e responsáveis que o diabetes mellitus tipo 1 (DM1), tipo mais comum de diabetes da infância e da adolescência, exige cuidados imediatos.
“Este tipo de diabetes é decorrente da incapacidade do pâncreas de produzir insulina para metabolizar a glicose ingerida nos alimentos”, explica Monica Gabbay, coordenadora do Departamento de Diabetes Tipo 1 na Pediatria da SBD.
Existe uma predisposição genética, apesar de apenas 10% destas crianças apresentarem algum parente com a mesma condição.
Os pais devem ficar alertas aos sintomas mais comuns da doença, que são sede excessiva, boca seca, urinar com frequência (inclusive durante a noite), cansaço, indisposição para brincar, perda de peso rápida e visão turva, entre outros.
De acordo com o Ministério da Saúde, 1,1 milhão de crianças e adolescentes com menos de 20 anos apresentam diabetes tipo 1.
Apesar de não ter cura, o tratamento com as insulinas atuais e os medidores de glicose ou sensores proporcionam uma boa qualidade de vida.
“Isso é muito importante tanto para o pleno desenvolvimento da infância quanto para não ter riscos de complicações futuras em razão da hiperglicemia”, diz dra. Monica Gabbay. O tratamento mais indicado é a aplicação de doses regulares de insulina, que substitui sinteticamente o hormônio que o pâncreas não produz.
Para o melhor tratamento é recomendado um acompanhamento multidisciplinar, pois a alimentação correta e os exercícios físicos são muito importantes para o controle da glicemia.
Atualmente, com o crescente números de crianças com obesidade, os especialistas estão preocupados também com o aumento dos casos de diabetes mellitus tipo 2 (DM2) em adolescentes. Este tipo de diabetes sempre foi associado à idade (pessoas com mais de 40 anos) e agora vem se apresentando cada vez mais cedo.
“O estilo de vida, com o consumo de alimentos ultraprocessados (biscoitos, salgadinhos e refrigerantes, por exemplo), e sedentarismo, são os responsáveis pelo aumento da doença entre adolescentes”, explica Monica.
De acordo com a médica, medicamentos orais, alimentação mais natural e atividades físicas costumam ajudar, mas muitas vezes medicações injetáveis também serão necessárias no tratamento destes adolescentes.
“O diabetes tipo 2 é uma doença silenciosa, por isso os pais precisam ficar atentos. Se o adolescente estiver acima do peso, se alimentar mal e tiver familiares com a doença, o ideal é fazer exame de sangue para checar a glicemia”, ressaltou a SBD
“Os sintomas, quando aparecem, podem ser sutis e algumas vezes incluem sede excessiva, fome constante, formigamento nos pés e mãos e vista embaçada, dentre outros”, completou.