Rússia e Ucrânia realizaram novos ataques com mísseis durante a noite, elevando as tensões em meio aos esforços diplomáticos para tentar encerrar a guerra que já ultrapassa dois anos. As ofensivas ocorreram enquanto persistem as incertezas sobre um possível encontro entre Donald Trump e Vladimir Putin nas próximas semanas.
Conforme autoridades ucranianas, os ataques russos desta quarta-feira (22) deixaram sete mortos — incluindo duas crianças — em Kiev e na região metropolitana, além de provocar cortes de energia em várias partes do país. A ofensiva intensificou os alertas antiaéreos em todo o território ucraniano.
Na véspera, as Forças Armadas da Ucrânia afirmaram ter usado mísseis Storm Shadow, de fabricação franco-britânica, lançados do ar, para atingir uma fábrica de produtos químicos na região de Bryansk, no sul da Rússia.
A escalada ocorre num momento de impasse diplomático entre Moscou e Washington. Embora o Kremlin tenha confirmado conversas preliminares para uma cúpula na Hungria, a Casa Branca afirmou que não há planos imediatos de reunião entre Trump e Putin.
Cúpula adiada
De acordo com o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, os preparativos para o encontro continuam, mas “as datas ainda não foram definidas”. Peskov destacou que há “muitos rumores e especulações falsas” sobre o evento e que qualquer reunião “exige preparação completa e tempo”.
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Fontes ouvidas pela agência Reuters disseram que o impasse decorre da reafirmação das exigências russas para um eventual acordo de paz — incluindo o reconhecimento do controle russo sobre toda a região de Donbas, no sudeste da Ucrânia.
A proposta, que reitera as condições já rejeitadas por Kiev e pelo Ocidente, foi considerada inaceitável por autoridades americanas. Trump, por sua vez, afirmou que não deseja “uma reunião desperdiçada”, enquanto Putin mantém o discurso de disposição para o diálogo “desde que respeitados os interesses da Rússia”.
O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, declarou à agência estatal RIA que não poderia confirmar as informações sobre novas propostas apresentadas a Washington. “Os preparativos continuam. Não vejo grandes obstáculos. É um processo difícil, mas é para isso que servem os diplomatas”, afirmou.
Enquanto isso, na Ucrânia, o governo de Volodymyr Zelensky afirmou que continuará com as operações defensivas e reforçou os pedidos de apoio militar internacional, especialmente em sistemas de defesa aérea.
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