A Rússia e a Ucrânia estão realizando novas negociações por videoconferência neste sábado (12), informou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, citado pela Interfax. Segundo o representante russo, “Vladimir Medinsky continua a liderar a delegação russa”, mas, por enquanto, no que diz respeito aos detalhes, será evitado “qualquer comentário no momento”.
Leonid Slutski, outro negociador de Moscou e presidente do Comitê de Relações Exteriores da Duma, explicou que as conversas são realizadas no formato de “Bialowieza”, referindo-se à floresta na fronteira entre Belarus e a Polônia, onde ocorreram presencialmente a segunda e terceira rodadas de negociações.
Durante entrevista coletiva em Kiev, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, revelou que “nas negociações recentes surgiu uma abordagem fundamentalmente diferente por parte de Moscou, que antes não fazia nada além de colocar ultimatos”. “Agora começamos a falar”, disse.
O líder ucraniano acrescentou que estava “feliz por ter um sinal da Rússia”, referindo-se ao “progresso” nas negociações evocadas por Vladimir Putin.
Apesar do pequeno avanço, a ofensiva contra territórios ucranianos continua. Hoje cedo, ataques com foguetes russos destruíram uma base aérea ucraniana perto da cidade de Vasylkiv, na região de Kiev, segundo a agência Interfax Ucrânia, citando o prefeito local.
O bombardeio com foguetes também atingiu um depósito de munição, afirmou a prefeita de Vasylkiv, Natalia Balasynovych.
Putin não dá sinais de querer parar guerra
Um representante do governo francês informou que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, “não deu nenhum sinal do desejo de suspender a guerra” na Ucrânia, no telefonema com seu homólogo Emmanuel Macron e o chanceler alemão, Olaf Scholz.
“Nós tiramos uma consequência: Putin deve tomar nota de sanções ainda mais pesadas”, disse uma fonte do Palácio do Eliseu, ressaltando que o russo “sempre pareceu muito determinado a alcançar seus objetivos”.
“A diferença com a última reunião há dois dias é que ele não usou o termo ‘desnazificação’ ao listar os objetivos russos na Ucrânia. O termo tornou-se raro em contatos recentes”, concluiu.