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Rodoviários da Carris decidem entrar em greve a partir de segunda-feira, diz sindicato

Categoria é contra dois projetos em discussão na Câmara de Vereadores: privatização da Carris e extinção gradual da função de cobrador de ônibus. 

Rodoviários que atuam na Carris decidiram entrar em greve contra a proposta de privatização da companhia pública de ônibus de Porto Alegre e a extinção dos cobradores. A paralisação das atividades está prevista para começar às 3h30 da manhã de segunda-feira (23). A Prefeitura da Capital ainda tenta reverter o quadro de paralisação, mas não deve recuar nos projetos que preveem modificações profundas no sistema de transporte urbano.

A decisão de paralisar as atividades da Carris foi anunciada, neste sábado (21), pelo StetPOA (Sindicato dos Rodoviários de Porto Alegre). A interrupção dos serviços não tem data para acabar. A categoria é terminantemente contra os dois projetos em discussão na Câmara de Vereadores: privatização, alienação ou extinção da Carris e extinção gradual da função de cobrador de ônibus.

Por meio de nota, a Prefeitura de Porto Alegre afirmou que mantém o diálogo com a categoria rodoviária. Ressalta que os representantes foram recebidos em duas ocasiões no Paço Municipal pelo prefeito Sebastião Melo e pelo vice, Ricardo Gomes. A administração municipal afirma que pretende “reduzir o custo da passagem e modernizar o sistema de transporte coletivo da cidade”.

Na quinta-feira da semana passada (12), os rodoviários fizeram um protesto na área Central de Porto Alegre. Eles caminharam por dois corredores de ônibus, o da avenida Farrapos e o da avenida Osvaldo Aranha. Depois, os rodoviários se dirigiram até a região da Rodoviária. O ato foi encerrado por volta das 10h da manhã em frente ao Paço Municipal, na rua Uruguai.

Privatização da Carris

O projeto do governo Sebastião Melo tem como objetivo “eliminar aportes de capital do município à Carris”. A Prefeitura de Porto Alegre justifica que houve mudança de cenário do transporte público, com precarização da capacidade de financiamento do transporte urbano. Para a gestão do Paço Municipal, “a redução do número de passageiros pagantes, a inserção de aplicativos de transporte no sistema viário e a necessidade de revisão tarifária inviabiliza a manutenção da Companhia Carris Porto-Alegrense como empresa estatal”.

A Carris é a maior e mais antiga empresa de ônibus pública em funcionamento no Brasil. Pela proposta, o governo pode “alienar ou transferir, total ou parcialmente, a sociedade, os seus ativos, a participação societária, direta ou indireta, inclusive o controle acionário, transformar, fundir, cindir, incorporar, liquidar, dissolver, extinguir ou desativar, parcial ou totalmente” a companhia de ônibus.