OPERAÇÃO SEM DESCONTO

Cai o ministro da Previdência após escândalo dos descontos no INSS

Presidente do PDT, Carlos Lupi pediu exoneração após operação que investiga descontos indevidos em aposentadorias e pensões do INSS.

Carlos Lupi, ex-ministro da Previdência.
Crédito: Liliana Soares - ASCOM/MPS

O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, pediu exoneração do cargo nesta sexta-feira (2), após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto. A decisão ocorre em meio ao escândalo dos descontos não autorizados em benefícios do INSS, investigados pela Polícia Federal e pela CGU (Controladoria-Geral da União).

No lugar de Lupi, a presidência da República confirmou o nome de Wolney Queiroz, atual secretário-executivo da pasta e ex-deputado federal. A troca será formalizada em edição extra do Diário Oficial da União ainda nesta sexta-feira.

A saída de Lupi acontece uma semana após a operação conjunta da PF e da CGU que apura um esquema de descontos indevidos em aposentadorias e pensões. Os abatimentos irregulares estavam vinculados a mensalidades associativas cobradas sem autorização dos beneficiários.

Lupi nega envolvimento, mas deixa o governo

Presidente nacional do PDT, Carlos Lupi anunciou a decisão por meio de uma postagem nas redes sociais. Ele afirmou que seu nome não aparece nas investigações e reforçou que a pasta cooperou com os órgãos de controle desde o início.

“Tomo esta decisão com a certeza de que meu nome não foi citado em nenhum momento nas investigações em curso […] Espero que as investigações sigam seu curso natural, identifiquem os responsáveis e punam, com rigor, aqueles que usaram suas funções para prejudicar o povo trabalhador”, escreveu.

Lupi também afirmou que continuará colaborando com o governo federal e agradeceu aos servidores da Previdência Social e do INSS pelo trabalho durante sua gestão.

Entenda a investigação

A Operação Sem Desconto investiga um esquema de deduções não autorizadas em benefícios previdenciários, incluindo aposentadorias e pensões. A suspeita é de que bilhões de reais acabaram desviados por entidades associativas, com a conivência de servidores do INSS.

Os fatos começaram em 2019, durante o governo de Jair Bolsonaro e se estenderam nos anos seguintes, inclusive durante o governo Lula 3. A pasta da Previdência teria conhecimento das irregularidades desde 2023, mas nenhuma ação concreta ocorreu. O presidente do INSS acabou afastado pela Justiça.

Nota da presidência da República

NOTA À IMPRENSA | Nota sobre mudança no Ministério da Previdência Social

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu, na tarde desta sexta-feira, 2 de maio, o pedido de demissão do ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, durante audiência no Palácio do Planalto.

O presidente convidou o ex-deputado federal Wolney Queiroz, atual secretário-executivo da Previdência, para ocupar o cargo de ministro.

A exoneração de Lupi e a nomeação de Wolney serão publicadas ainda hoje em edição extra do Diário Oficial da União.

Fonte: Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República