A Polícia Civil do Rio Grande do Sul, com apoio da Polícia Civil de São Paulo, deflagrou nesta quarta-feira (30), a operação Linha Cruzada. A investigação, que partiu da Delegacia de Polícia de Esteio, na região metropolitana, visa desarticular uma organização criminosa que atua no “golpe do falso 0800”. A tática também é chamada de “golpe da mão invisível”. Oito criminosos de São Paulo foram presos.
Ao todo, 150 policiais civis do Rio Grande do Sul e de São Paulo cumpriram 36 mandados de busca e apreensão e 11 de prisão em São Paulo. A delegada Luciane Bertoletti, titular da DP de Esteio, afirma que foi uma investigação complexa que expôs um esquema em vários estados no país. O prejuízo das vítimas é estimado em mais de R$ 4 milhões.
Já o delegado Mario Souza, diretor da 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana destaca como a organização criminosa se organizou. “A complexidade do golpe chama atenção, até mesmo por, ao ligar no telefone, a vítima ouvir rapidamente um atendimento eletrônico e, em seguida, a pessoa do ‘falso telemarketing’ atender citando o nome do banco”, aponta.
As apurações policiais já duram um ano. Os golpistas simulam ser de instituições bancárias e enganam as vítimas, que acreditam que estão falando com a instituição financeira.
O golpe funciona da seguinte maneira: golpitas enviam uma mensagem de texto através de um “short code”, números de cinco a seis dígitos normalmente utilizados por grandes empresas. No recado, afirmam que houve uma transação na conta do cliente. Um número para contato com 0800 também é encaminhado, para que a vítima ligue.
Conforme a Polícia Civil, para tornar o crime mais convincente, os golpistas usam softwares para alterar números de telefone. Através dessa máscara, as vítimas acreditam que é, de fato, a sua instituição financeira, pois o número é o mesmo que consta no canal oficial dos bancos.
Quando a pessoa entra em contato com o falso sistema de 0800, o golpista induz a pessoa a fornecer informações ou executar alguma ação. Normalmente os golpistas pedem confirmações dos dados bancários, com objetivo de obter senhas, o número completo dos cartões de crédito e tokens de autentificação para operações financeiras.
Após as vítimas passarem todos os dados aos golpistas, eles conseguem fazer saques, compras e outras movimentações financeiras.