O Brasil pode enfrentar uma greve de pilotos e comissários das principais companhias áreas a menos de uma semana para o início das festas de fim de ano. A paralisação nacional está marcada para começar na segunda-feira (19), com os tripulantes de cabine parando as atividades das 6h as 8h da manhã.
Caso a medida se concretize, podem ocorrer atrasos e cancelamentos de voos, em um efeito cascata. A paralisação por duas não atingirá voos com órgãos para transplante, vacinas ou pacientes em atendimento médico, afirmou o SNA (Sindicato Nacional dos Aeronautas).
A decisão de suspender as atividades por tempo indeterminado foi tomada em uma assembleia geral da categoria realizada nesta quinta-feira (15). Os pilotos e comissários relatam “frustração das negociações da renovação da Convenção Coletiva de Trabalho”. O acordo ainda está em discussão entre os sindicatos dos trabalhadores do setor e das empresas aéreas.
Os aeronautas pedem recomposição das perdas inflacionárias, além de ganho real nos salários e nos benefícios pagos às categorias. Os profissionais do setor aéreo também reivindicam melhorias nas condições de trabalho para renovação da Convenção Coletiva de Trabalho. Os profissionais exigem a definição dos horários de início de folgas e proibição de alterações nas mesmas, além do cumprimento dos limites já existentes do tempo em solo entre etapas de voos, o que não vem sendo respeitado.
“As empresas continuam intransigentes, se recusando a conceder uma remuneração digna aos tripulantes, além de propor que pilotos e comissários trabalhem mais horas. Os pilotos e comissários de voo do Brasil contam com a compreensão da sociedade e com o bom senso das companhias aéreas para evitar transtornos”, afirrmou o sindicato dos aeronautas por meio de nota.
As empresas, por outro lado, dizem que querem pagar 100% do INPC (Índice Nacional de Preço ao Consumidor) para o piso, acrescida da mesma correção para as diárias nacionais, seguro de vida e vale alimentação, além da garantia da data base de 1º de dezembro e todas as cláusulas financeiras e sociais da Convenção Coletiva enquanto as negociações estivessem em curso. Até o momento, no entanto, o sindicato patronal disse “não ter recebido contraproposta dos trabalhadores”.