Pesquisadores da Fiocruz reforçaram o alerta para o risco de um novo crescimento no número de casos de Covid-19 no Brasil. Caso isso ocorra, a situação pode se tornar crítica nos hospitais e ambulatórios, devido ao elevado patamar de pessoas em atendimento por causa da doença no Brasil. Até o momento já foram notificadas mais de 428 mil mortes por Covid-19 no país.
Para evitar o pior cenário, a Fiocruz exorta a tomada de atitude de controle. “É fundamental o reforço das ações de vigilância em saúde para fazer a triagem de casos graves, o encaminhamento para serviços de saúde mais complexos, bem como a identificação e aconselhamento de contatos. Nesse sentido, a reorganização e ampliação da estratégia de testagem é essencial para evitar novos casos, bem como reduzir a pressão sobre os serviços hospitalares”, ressaltam os integrantes do Observatório Covid-19 Fiocruz.
A nova edição do Boletim do Observatório Covid-19 Fiocruz, divulgada nesta quarta-feira (12). Ela aponta para ligeira redução nas taxas de mortalidade nas últimas duas semanas. O número de óbitos, no entanto, permanece no maior patamar desde a introdução do vírus Sars-CoV-2 no Brasil. Também foi observada, em grande parte das unidades da federação, redução da taxa de ocupação de leitos UTI de Covid-19 para adultos no período entre 2 e 8 de maio.
Leitos
Conforme a Fiocruz, as taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos no SUS (Sistema Único de Saúde), entre os dias 3 e 10 de maio, apresentam sinalização de melhoria no quadro geral da pandemia. Esta conjuntura repercute na sobrecarga da Covid-19 no sistema de saúde, afetando atendimentos de necessidades por outras condições de saúde.
O Rio Grande do Sul manteve a tendência de queda, se diferenciando ainda mais dos outros estados, que se mantiveram com taxas superiores a 90%. A taxa de ocupação de leitos, na manhã desta quinta-feira (13), está em 77,3%. São 2.620 pacientes em 3.390 vagas de UTI (unidade de terapia intensiva).
Óbitos
Em relação aos casos de óbitos por Covid-19, foram registrados valores ainda altos, próximos à marca de 2,1 mil mortes diárias, com uma tendência de queda do número de casos a partir de abril. Na semana epidemiológica 18 foram notificados no país uma média de 61 mil.
O número de casos aumentou ligeiramente para uma taxa de 0,3 % ao dia, enquanto o número de óbitos foi reduzido a uma taxa diária de -1,7, mostrando uma tendência de ligeira queda, “mas ainda não representa uma tendência de contenção da epidemia”, de acordo com os pesquisadores. Foi verificada uma ligeira queda nas taxas de letalidade, que se encontravam na faixa de 2% no fim de 2020, chegando a um valor máximo em meados de março (4,5%) e caindo para 3,5% na última semana epidemiológica.