BASE AMPLIADA

Partido de Milei vence eleições legislativas na Argentina

A sigla conquistou 40,84% dos votos para a Câmara dos Deputados nas eleições de meio de mandato

Foto: Instagram @javiermilei / Divulgação
Foto: Instagram @javiermilei / Divulgação

O partido do presidente Javier Milei, “Liberdade Avança” (LLA, em espanhol), venceu as eleições legislativas deste domingo (26) na Argentina e ampliará sua base no Congresso.

Com 99% das urnas apuradas, a sigla conquistou 40,84% dos votos para a Câmara dos Deputados nas eleições de meio de mandato, enquanto a coalizão “Fuerza Patria”, da oposição peronista, obteve 24,5%

O pleito renovou aproximadamente metade da Câmara dos Deputados da Argentina — 127 das 257 cadeiras — e um terço do Senado — 24 das 72. Com isso, o presidente argentino assegurou 64 assentos na Câmara e 13 no Senado.

A legenda libertária conquistou espaço inclusive na província de Buenos Aires, tradicional bastião dos peronistas progressistas, que haviam derrotado o conservadorismo há apenas um mês.

Já o Fuerza Patria conquistou 31 cadeiras na Câmara e seis no Senado. Somando o apoio dos aliados, a coalizão peronista alcançou ao todo 44 assentos na Câmara e 7 no Senado.

“Hoje é um dia histórico. O povo decidiu abraçar as ideias de liberdade. Estamos deixando para trás 100 anos de decadência. A virada começou. Hoje começa a construção de uma grande Argentina”, declarou Milei, após a divulgação dos resultados.

Segundo ele, os próximos dois anos serão fundamentais para “consolidar o caminho reformista e tornar a Argentina grande novamente”.

Com o novo resultado, o LLA passará a ter 101 deputados (antes, 37) e 20 senadores (antes, 6), o que, segundo o presidente, tornará este “o Parlamento mais reformista da história da Argentina”.

A baixa participação eleitoral, que chegou a 67,85%, um recorde desde o retorno da democracia em 1983, foi um dos fatores que preocuparam o líder ultraliberal, determinado a garantir os números necessários para acelerar sua reforma econômica.

Segundo analistas, o desempenho superou amplamente as previsões das pesquisas, que apontavam um empate técnico entre o Partido Liberal (36%) e a coalizão de esquerda, com 34%.

No fim, o mapa político argentino ficou quase inteiramente “pintado de roxo”, a cor do partido de Milei. Após a vitória do LLA, economistas esperam uma reação positiva dos mercados com a abertura das bolsas, incluindo a recuperação de ações e títulos públicos.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, celebrou a conquista do aliado com a promessa de anunciar um pacote de ajuda de US$ 40 bilhões para sustentar o peso argentino e reforçar as reservas do país.

“Parabéns ao presidente Javier Milei por sua vitória esmagadora na Argentina. Ele está fazendo um trabalho extraordinário! Nossa confiança nele foi justificada pelo povo argentino”, escreveu Trump em sua rede Truth Social.

Apesar do resultado, Milei chega à metade de seu mandato enfrentando queda de popularidade — de 56% nas eleições de 2023 para cerca de 38% de aprovação. Suas políticas de austeridade, que reduziram a inflação de 200% para 31% e equilibraram as contas públicas, também provocaram cortes severos em áreas como saúde e educação.

Além disso, seu governo foi atingido por escândalos que abalaram sua imagem: a desvalorização da criptomoeda “Libra”, promovida por Milei; denúncias contra sua irmã Karina Milei, por suposto envolvimento em propinas; e a saída forçada de Luis Espert, principal candidato da LLA em Buenos Aires, investigado por financiamento ilícito ligado ao narcotráfico.

Por sua vez, a coalizão progressista Fuerza Patria, principal grupo de oposição, apostou mais no desgaste do governo do que em suas próprias propostas.

Sem Cristina Kirchner, que cumpre prisão domiciliar por corrupção, o movimento tenta se reerguer sob a liderança do governador Axel Kicillof, que não conseguiu repetir o desempenho de setembro, quando havia mantido o domínio peronista em Buenos Aires.

No encerramento da campanha, Milei abandonou o tom mais agressivo dos comícios anteriores — e até deixou de lado sua icônica motosserra, símbolo do corte de gastos públicos. Em Rosário, pediu que os eleitores “não desistissem” e prometeu que a segunda metade de seu mandato será dedicada a implementar “as reformas de que o país precisa”.

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