Parlamento Europeu pede embargo imediato do gás russo

Texto pede mais sanções por conta da guerra na Ucrânia

O Parlamento Europeu aprovou nesta quinta-feira (7) uma resolução de maioria que pede mais sanções contra a Rússia pela guerra na Ucrânia, incluindo um embargo imediato à importação do gás natural russo.

O texto foi aprovado por 513 votos a favor, 19 abstenções e 22 contrários e, entre as emendas adicionadas no documento, uma delas – feita por uma união de partidos – “pede o total e imediato embargos sobre gás, petróleo e carvão russos” e “o abandono da utilização dos gasodutos Nordstream 1 e 2”.

Em um ato raro, todos os eurodeputados italianos votaram a favor da medida.

“Colegas, esse é um momento significativo porque a nossa posição é muito clara”, disse a presidente do Parlamento, Roberta Metsola, sob aplausos.

Na resolução aprovada, pede-se ainda a plena e eficaz atuação das sanções existentes em toda a União Europeia e por parte também dos aliados internacionais do bloco.

Os eurodeputados ainda pedem a exclusão da Rússia de vários organismos e organizações multilaterais, como o G20, órgãos das Nações Unidas, Interpol e Organização Mundial do Comércio. “Esse ato daria um sinal importante sobre o fato de que a comunidade internacional não voltará a trabalhar em parceria com um Estado agressor”, ressalta uma parte do texto.

Há ainda o pedido para o endurecimento das sanções contra Moscou, como a exclusão total dos bancos russos do sistema de pagamentos internacional Swift – até o momento, apenas alguns foram retirados -, o veto à entrada nas águas territoriais da UE de qualquer navio com bandeira russa (seja registrado ou alugado) e o transporte via terrestre de mercadorias de e para a Rússia e para Belarus.

A solicitação para que o Executivo da UE endureça as regras cita também os horrores revelados pelo exército ucraniano na cidade de Bucha, que fica a cerca de 25 quilômetros de Kiev. No fim de semana, as tropas retomaram o controle da localidade e filmaram centenas de corpos de civis nas ruas e valas comuns em parques.

Os russos negam o massacre e dizem que foram os “nacionalistas ucranianos” que mataram os conterrâneos.

Segundo o Parlamento, essas “atrocidades desconcertantes” cometidas pelos soldados russos “inegavelmente configuram crimes de guerras”. Até por isso, os eurodeputados pedem o reforço no envio de equipamentos militares e armas para que os ucranianos possam se “defender de maneira eficaz” e reforçam o compromisso dos países enviarem os suprimentos também de maneira individual.