Obituário

Morre aos 78 anos Gilson Dipp, ex-vice-presidente do STJ

Natural de Passo Fundo, Gilson Dipp se formou na UFRGS e advogou por mais de 20 anos antes de concorrer a vaga no TRF-4.

Foto: Luiz Antônio/Arquivo STJ

O ministro aposentado do STJ (Superior Tribunal de Justiça) e ex-vice-presidente do tribunal Gilson Langaro Dipp morreu nesta segunda-feira (28), aos 78 anos. A informação foi confirmada pelo STJ na manhã desta terça-feira (29). A causa da morte não foi informada.

Nascido em 1º de outubro de 1944, em Passo Fundo, formou-se em ciências jurídicas e sociais pela UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) em 1968. Tomou posse como juiz do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) em 1989, corte que presidiu de 1993 a 1995.

Dipp atuou durante 16 anos no Superior Tribunal de Justiça. Foi empossado em 29 de junho de 1998 e se aposentou em 25 de setembro de 2014. Durante sua permanência no STJ, o ministro proferiu mais de 80 mil decisões.

Em entrevista concedida à assessoria do STJ quando da sua aposentadoria, em 2014, disse que nunca imaginou chegar ao cargo de juiz. “Eu não pensava em ser juiz. Não pensava sequer em ingressar na magistratura depois de 20 anos de advocacia em Porto Alegre. Eu fui juiz por acaso, não foi planejado nem querido. Mas no momento em que me engajei na magistratura, assumi plenamente e com convicção a atividade que iria exercer”, contou à época.

Além da atuação na magistratura, Dipp foi professor de direito civil da PUCRS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul) e foi integrante da Comissão da Verdade. Integrou a Corte Especial, o mais alto colegiado de julgamentos do STJ. Foi membro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), participou da Comissão de Coordenação do STJ e atuou como vice-diretor da Enfam (Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados).

Dipp também ocupou dois dos cargos mais importantes do Judiciário: coordenador-geral da Justiça Federal, em 2007, e corregedor nacional de Justiça, de 2008 a 2010. No CNJ (Conselho Nacional de Justiça), o ministro trabalhou para radiografar um Judiciário completamente desconhecido, que à época não tinha estatísticas e nem sabia quantos processos haviam em seu acervo.