Morreu na madrugada desta terça-feira (15), aos 90 anos, a atriz Léa Garcia. Ela estava hospedada na cidade de Gramado, na Serra gaúcha, onde seria homenageada com o troféu Oscarito, na noite de hoje, no Festival de Cinema da cidade.
Conforme o Hospital Arcanjo São Miguel, a causa do óbito foi um infarto agudo do miocárdio. Em nota de pesar, a organização do evento relatou que a atriz havia chegado a Gramado no último sábado (12) acompanhada do filho, Marcelo Garcia.
Desde que chegara ao RS, a atriz se fazia presente diariamente pelo evento, onde acompanhou diversas sessões no Palácio dos Festivais. A homenagem prevista seria feita ao lado de Laura Cardoso.
Possíveis alterações na programação do Festival serão anunciadas em breve pela organização. Em suas participações no Festival de Cinema de Gramado, Léa Garcia conquistou quatro Kikitos com “Filhas do Vento”, “Hoje tem Ragu” e “Acalanto”.
Carreira
Ao longo de sua trajetória, Léa Garcia formou uma história com mais de cem produções, incluindo cinema, teatro e televisão. Foi indicada ao prêmio de melhor interpretação feminina no Festival de Cannes em 1957 por sua atuação no filme Orfeu Negro que, em 1960, ganharia o Oscar de melhor filme estrangeiro, representando a França.
Além do cinema, a atriz atuou em produções para televisão e teatro. Entre estas obras estão papéis marcantes como em “Selva de Pedra”, “Escrava Isaura”, “Xica da Silva” e “O Clone”. Foi peça fundamental na quebra da barreira dos personagens tradicionalmente destinados a atrizes negras. Tornou-se, assim, uma referência para jovens atores e admirada pela qualidade de suas atuações.
Recentemente, Dona Léa atuava nas artes cênicas. Em 2022, trabalhou nos longas “Barba, Cabelo e Bigode”, “Pacificado” e “O Pai da Rita”. Ontem (14) havia confirmado negociações com a TV Globo para atuar no remake da novela Renascer.