A SBPC/ML (Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicinal Laboratorial) chama atenção para a necessidade de diagnosticar doenças respiratórias através de testes rápidos e precisos. Segundo a associação, esta ação permite evitar maiores complicações ao paciente, sendo os mais vulneráveis crianças, idosos e imunodeprimidos.
Este alerta ganha importância em meio a uma realidade que se apresenta no País. Segundo o mais recente Boletim Infogripe da Fiocruz, houve um aumento do número de casos em adultos associados ao vírus influenza A, sendo majoritariamente por H1N1, com manutenção da queda de casos positivos para Sars-CoV-2 (Covid-19) na mesma faixa etária.
Diante desta necessidade de diferenciação, a SBPC/ML alerta que existem testes que auxiliam os médicos a diagnosticarem vírus respiratórios como os que provocam gripes e covid. Como os sintomas em geral apresentam sintomas similares (tosse, com ou sem secreção, congestão nasal, coriza e febre, alguns casos com falta de ar e dor no peito), o diagnóstico dos vírus por meio de exames é um bom caminho para se evitar complicações e condução inadequada.
Nos últimos anos, a inovação facilitou a identificação dos patógenos de doenças respiratórias mais comuns, de forma precisa. Elas ocorrem através de métodos laboratoriais como a detecção por PCR e o sequenciamento molecular.
Testes rápidos
Um avanço no tratamento dessas enfermidades sem dúvida foi o surgimento de testes rápidos. Eles identificam os antígenos produzidos pelo vírus por meio do swab nasal e seus resultados saem tão rápido quanto 10 minutos.
A utilização de testes rápidos de detecção de antígeno tem tornado possível realizar o exame em localidades que não contam com teste molecular, permitindo o diagnóstico etiológico em grande parte de pacientes que provavelmente não teriam oportunidade de um diagnóstico rápido.
Métodos moleculares
Mas para que haja um diagnóstico mais preciso, além da avaliação clínica realizada por um profissional de saúde, é importante identificar o tipo de vírus respiratório com apoio de métodos moleculares, que facilitam a detecção e caracterização de grupos e cepas na infecção. A especificação do patógeno é importante para a definição do tratamento clínico e a causa do surto.
“A aplicação de testes moleculares permite a diferenciação dos agentes causadores da doença, permitindo assim a intervenção clínica apropriada oferecendo tratamento correto para o indivíduo, principalmente para quem é paciente crônico”, acrescenta a médica Patologista Clínica e diretora de Comunicação da SBPC/ML (Sociedade Brasileira de Patologia Clínica), Dra. Annelise Corrêa Wengerkievicz Lopes.
Painel molecular
Já no caso das infecções respiratórias que apresentam sintomatologia semelhante, quando acontecem em pacientes com alto risco para complicações, como pacientes transplantados, é preciso utilizar um método diagnóstico que possa identificar o agente infeccioso.
Um deles é o painel molecular para doenças respiratórias, que consegue rastrear vários tipos de patógenos respiratórios, inclusive aqueles que provocam somente quadros de resfriado comum em pessoas com boa imunidade, mas que para estes pacientes podem evoluir de maneira crítica”, explica a diretora da SBPC/ML.
Importância da vacinação
A associação alerta, ainda, que algumas enfermidades podem evoluir para casos mais graves mesmo com o uso de antivirais no início da doença. Por isso, manter a imunização em dia com vacinas ainda é o meio mais adequado de tentar prevenir o agravamento das doenças infecciosas, que podem levar a internação ou até mesmo ao óbito.