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80ª ASSEMBLEIA GERAL

"Nossa democracia e nossa soberania são inegociáveis", diz Lula na ONU

Presidente do Brasil foi o primeiro a discursar na abertura do debate geral da 80ª Assembleia Geral da ONU, realizada em Nova York.

Imagem: Frame Canal Gov
Imagem: Frame Canal Gov

Durante discurso na abertura da Assembleia-Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, nesta terça-feira (23), que não há justificativa para “medidas unilaterais e arbitrárias” direcionadas a instituições e à economia brasileira.

“A agressão contra a independência do Poder Judiciário é inaceitável. Essa ingerência em assuntos internos conta com o auxílio de uma extrema direita subserviente e saudosa de antigas hegemonias. Falsos patriotas arquitetam e promovem publicamente ações contra o Brasil. Não há pacificação com impunidade”, disse o presidente.

Julgamento da tentativa de golpe

Em sua fala, Lula destacou que, pela primeira vez em 525 anos da história do Brasil, um ex-chefe de Estado foi condenado por atentar contra o Estado Democrático de Direito. “Foi investigado, indiciado e julgado. Responsabilizado por seus atos em um processo minucioso. Teve amplo direito de defesa, prerrogativa que as ditaduras negam às suas vítimas”. 

“Diante dos olhos do mundo, o Brasil deu um recado a todos os candidatos autocratas e àqueles que os apoiam. Nossa democracia e nossa soberania são inegociáveis. Seguiremos como nação independente e como povo livre de qualquer tipo de tutela. Democracias sólidas vão além do ritual eleitoral. Seu vigor pressupõe a redução das desigualdades, a garantia dos direitos mais elementares”, disse Lula.

Críticas aos EUA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou as sanções unilaterais dos Estados Unidos afirmando que o mundo assiste ao aumento do autoritarismo. 

“O multilateralismo está diante de nova encruzilhada. A autoridade desta organização [ONU] está em xeque. Assistimos à consolidação de uma desordem internacional marcada por seguidas concessões à política do poder, atentados à soberania, sanções arbitrárias. E intervenções unilaterais estão se tornando regra”, afirmou Lula.

Para Lula, existe “um evidente paralelo” entre a crise do multilateralismo e o enfraquecimento da democracia. “O autoritarismo se fortalece quando nos omitimos frente a arbitrariedades. Quando a sociedade internacional vacila na defesa da paz, da soberania e do direito, as consequências são trágicas”. 

“Em todo o mundo, forças antidemocráticas tentam subjugar as instituições e sufocar as liberdades. Cultuam a violência. Exaltam a ignorância. Atuam como milícias físicas e digitais e cerceiam a imprensa. Mesmo sob ataques sem precedentes, o Brasil optou por resistir e defender sua democracia, reconquistada há 40 anos pelo seu povo, depois de duas décadas de governos ditatoriais”, destacou o presidente brasileiro.

Outros temas

O discurso de Lula na ONU teve um panorama global dos problemas enfrentados por países tanto emergentes como da hegemonia capitalista. Desafios sociais, do meio ambiente, da economia, os ataques de Israel contra a Palestina, estiveram nas palavras do presidente brasileiro.

Lula falou da crise climática. Ele citou a COP 30, Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, que ocorrerá em Belém, de 10 a 21 de novembro deste ano, como o “momento da verdade”.

O presidente falou ainda sobra a desigualdade social. Para ele, uma das soluções para o problema da crescente concentração de renda no mundo é taxação dos super ricos.

“Por isso, foi com orgulho que recebemos da FAO [sigla em inglês para Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura] a confirmação de que o Brasil voltou a sair do mapa da fome neste ano de 2025. Mas, no mundo, ainda há 670 milhões de pessoas famintas. E cerca de 2,3 bilhões enfrentam insegurança alimentar”, disse.

80ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas

Como é tradição desde 1955, o presidente do Brasil foi o primeiro a discursar na abertura do debate geral da 80ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, realizada em Nova York.

O tema da 80ª sessão é “Melhor Juntos: 80 Anos e mais para paz, desenvolvimento e direitos humanos”, em celebração às oito décadas de existência da organização. O Brasil vê na abertura uma oportunidade para apresentar à comunidade internacional as prioridades da política externa do Brasil.

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