
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se reuniram neste domingo (26) em Kuala Lumpur, na Malásia. Eles discutiram as tarifas impostas pelo governo americano às exportações brasileiras. O encontro, que durou cerca de 50 minutos, ocorreu à margem da cúpula da Asean (Associação das Nações do Sudeste Asiático). A reunião foi considerada “extremamente positivo” pelo governo brasileiro.
Conforme o chanceler Mauro Vieira, Trump se mostrou aberto às demandas do Brasil e orientou sua equipe a iniciar imediatamente um processo de negociação bilateral para rever as tarifas. A expectativa é que os negociadores dos dois países se encontrem ainda nesta segunda-feira (horário local).
“O presidente Trump declarou que dará instruções à sua equipe para que o processo comece de imediato e que tudo seja resolvido em pouco tempo”, afirmou Vieira.
O ministro destacou que Lula insistiu na necessidade de suspender o aumento tarifário. O presidente alegou que o argumento usado pelos EUA para impor as medidas a outros países não se aplica ao Brasil. Uma vez que os norte-americanos têm superávit na balança comercial com o país.
Mediação na crise entre EUA e Venezuela
Além da pauta comercial, Lula se colocou à disposição para atuar como mediador nas tensões entre Washington e Caracas. O presidente brasileiro afirmou que a América do Sul é uma “região de paz”. E que o Brasil está pronto para ajudar na busca de entendimento entre as nações.
“Lula se prontificou a ser um interlocutor, como já foi no passado, com a Venezuela, para buscar soluções mutuamente aceitáveis”, disse Vieira.
A proposta surge em meio à escalada de tensões no Caribe, após o envio do porta-aviões USS Gerald R. Ford e outras embarcações americanas à região. O governo Trump alega combater o narcotráfico, mas países sul-americanos e especialistas questionam a legalidade das ações sob o direito internacional.
Antes da reunião, Trump havia declarado que o tema “não seria discutido”, mas, segundo integrantes da comitiva brasileira, o assunto foi levantado por Lula, que expressou preocupação com o impacto regional de uma eventual incursão militar.
“Reunião franca e construtiva”
Após o encontro, o governo brasileiro divulgou nota afirmando que a conversa foi “franca e construtiva” e que houve avanço na disposição para o diálogo.
“Tive uma ótima reunião com o presidente Trump. Discutimos de forma franca e construtiva a agenda comercial e econômica bilateral. Acertamos que nossas equipes vão se reunir imediatamente para buscar soluções para as tarifas e as sanções contra as autoridades brasileiras”, escreveu Lula nas redes sociais.
Entre os temas abordados, o presidente também pediu a revisão da aplicação da Lei Magnitsky a autoridades brasileiras, considerada “injusta” pelo Planalto.
A reunião contou com a presença do secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, do secretário do Tesouro, Scott Bessent, e do representante comercial dos EUA, Jamieson Greer.
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