O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou, nesta sexta-feira (9), o nome de cinco ministros. O primeiro anúncio ocorreu antes do previsto pelo governo eleito para solucionar impasses com a Câmara dos Deputados, com as Forças Armadas e com o mercado financeiro. Lula previa anunciar o ministério do seu terceiro governo apenas após a diplomação marcada para o dia 12 de dezembro.
“Provavelmente depois da diplomação [em 12 de dezembro] vou anunciar mais alguns ministros”, disse Lula, acrescentando que a equipe ministerial terá “mais mulheres do que homens e a participação de muitos companheiros afrodescendentes”, afirmou Lula.
O superministério da Economia deve, mesmo, ser desmembrado em três: Fazenda, Planejamento e Indústria e Comércio Exterior. O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad será o novo ministro da Fazenda. “Tomei a decisão de escolher nosso companheiro Fernando Haddad como ministro da Fazenda. Ele tem a incumbência de começar a montar sua equipe e começar a apresentar resultados antes mesmo de tomar posse”, disse o presidente eleito em coletiva de imprensa no Centro Cultural Banco do Brasil.
Os ministros das outras duas ainda não foram anunciados, mas há especulações de que Lula possa escolher um nome de perfil técnico para o Planejamento para compensar as resistências do mercado financeiro a um político no comando da Fazenda.
O governador da Bahia, Rui Costa, assumirá a Casa Civil. O MRE (Ministério das Relações Exteriores) ficou a cargo de Mauro Vieira.
O senador eleito e ex-governador do Maranhão Flávio Dino ocupará a Justiça. Ele anunciou o delegado Andrei Passos como o diretor-geral da Polícia Federal. Passos coordenou a equipe de segurança de Lula durante a campanha eleitoral e deve continuar no posto até que o petista tome posse, em janeiro.
O ministro da Defesa será o ex-ministro do TCU (Tribunal de Contas da União) José Múcio Monteiro. Lula e o futuro ministro já acertaram quais serão os militares que ocuparão a cúpula das Forças Armadas. O general Julio Cesar de Arruda será o comandante do Exército; o tenente-brigadeiro do ar Marcelo Damasceno, da Aeronáutica; e o almirante Marcos Sampaio Olsen, da Marinha.
No Exército e na FAB, foram escolhidos os mais antigos. Na Marinha, a indicação recaiu sobre o segundo há mais tempo na carreira. O comandante do Estado-Maior das Forças Armadas será o almirante de Esquadra Renato Rodrigues de Aguiar Freire.
As nomeações no caso das Forças Armadas ocorrem pela possibilidade dos atuais titulares deixarem seus cargos antes do fim do governo Bolsonaro.