A partir desta segunda-feira (18), o Rio de Janeiro se torna palco da Cúpula de Líderes do G20. Representantes das 19 maiores economias do mundo, além da União Europeia e da União Africana, se reúnem para debater questões globais, enquanto o Brasil transfere a presidência rotativa do grupo para a África do Sul.
Ao todo, 19 chefes de Estado e de Governo estão presentes no evento, com a exceção do presidente russo, Vladimir Putin, que será representado pelo ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov.
O encontro foca em três eixos centrais definidos pela presidência brasileira ao longo do último ano: combate à fome, à pobreza e à desigualdade; desenvolvimento sustentável e transição energética; e reforma da governança global para resolução de conflitos.
Taxação dos super-ricos: a principal proposta econômica
Entre as propostas de destaque, o Brasil defende a taxação global dos super-ricos, baseada em estudos do economista francês Gabriel Zucman. A iniciativa prevê um imposto mínimo de 2% sobre a renda de bilionários, com potencial para arrecadar até US$ 250 bilhões anualmente. Esses recursos seriam direcionados para combater a desigualdade e enfrentar as mudanças climáticas.
Apesar do apoio de países como França, Espanha, Colômbia, Bélgica e África do Sul, a proposta encontra resistência de nações como Estados Unidos, Alemanha e Argentina. A União Africana, que recentemente ingressou no G20, manifestou apoio à medida.
Participação social e legado da presidência brasileira
Nos dias que antecederam a cúpula, o Brasil organizou o G20 Social, uma iniciativa inédita que reuniu organizações da sociedade civil, acadêmicos e entidades. O documento elaborado por este grupo será anexado ao comunicado final da cúpula, reforçando o papel da sociedade civil nas decisões globais.
A presidência brasileira será marcada pela tentativa de unir esforços globais em torno de temas urgentes e pela inclusão da União Africana como membro pleno do G20, simbolizando o fortalecimento do papel do Sul Global no cenário internacional.