Começa nesta quarta-feira (1º de dezembro) o julgamento de quatro homens acusados de serem os responsáveis pelo incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, em 2013. Elissandro Callegaro Spohr, Mauro Londero Hoffmann, Marcelo de Jesus dos Santos e Luciano Bonilha Leão viraram réus após indiciamento pela Polícia Civil e denúncia do Ministério Público do Rio Grande do Sul. A tragédia, que ocorreu em 27 de janeiro de 2013, causou a morte de 242 pessoas e deixou 636 feridos.
Os quatro respondem por homicídio simples (242 vezes consumados, pelo número de mortos; e 636 vezes tentados, pelo número de feridos). A previsão é de que este seja o júri mais longo realizado até hoje pelo Poder Judiciário do Rio Grande do Sul, com previsão de durar, ao menos, 15 dias.
O julgamento de uma das maiores tragédias do país foi transferido de Santa Maria para Porto Alegre a pedido de três dos réus. O argimento é que o clima da cidade poderia não garantir a imparcialidade do júri.
Na manhã da quarta-feira, serão abertos os trabalhos pelo juiz presidente do Tribunal do Júri, Orlando Faccini Neto. Ele analisará pedidos formulados pelas partes e, em seguida realizará o sorteio dos 7 jurados que irão compor o Conselho de Sentença. A lista com os possíveis jurados possui 150 nomes.
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Já na parte da tarde, serão ouvidos sobreviventes. A previsão é que a sessão siga até às 23 horas.
Na primeira fase, a instrução plenária, que deverá se estender por dias, estão previstos para serem ouvidos 14 sobreviventes, 19 testemunhas. Cinco delas arroladas pela acusação e 14 pelas defesas, sendo 5 de Elissandro, 5 de Mauro e 4 de Marcelo. Os quatro acusados também serão interrogados.
Na segunda etapa, serão 9 horas de debates orais para acusação, defesa, com direitos a réplicas e tréplicas. Por fim, os jurados passarão para votação, que ocorre por quesitos. Após a votação, se saberá se eles são condenados ou inocentes. Se forem condenados, cabe ao juiz Faccini Neto decidir a dosimetria da pena, ou seja, quanto cada preso deve cumprir de reclusão.
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