O presidente da Petrobras, José Mauro Coelho, apresentou seu pedido de demissão nesta segunda-feira (20), informou a própria estatal em uma curta nota publicada à imprensa. Ainda conforme a empresa, um nome interino para a função começará a ser estudado para o período.
Coelho vinha sendo pressionado para renunciar à função já há algumas semanas, mas a situação ficou ainda mais crítica após o presidente da República, Jair Bolsonaro, criticá-lo publicamente e o líder da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP/AL), dizer que ele deveria renunciar “imediatamente”.
A reação dos dois veio após o conselho da Petrobras autorizar o reajuste de mais de 5% no preço da gasolina e de mais de 14% no diesel. O aumento foi anunciado logo depois da Câmara e Senado passarem um projeto para limitar o valor do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) nos estados.
A justificativa para o novo aumento de preços é por conta da Petrobras estar submetida, desde 2016, à chamada paridade internacional. Com isso, o preço de todos os combustíveis fósseis no Brasil varia de acordo com a cotação dos barris de petróleo no mercado internacional.
Conforme a nota oficial, a gasolina ficou 99 dias sem reajuste de preço e o diesel, 39 dias.
O conselho de administração tem 11 membros, sendo que seis deles são indicações do governo de Bolsonaro. Conforme a mídia brasileira, o governo estaria estudando também a troca de toda a diretoria.
Desde que assumiu a Presidência, Bolsonaro já indicou três diferentes líderes para a Petrobras: Roberto Castello Branco ficou no cargo de janeiro de 2019 a abril de 2021; Joaquim Silva e Luna ficou entre abril de 2021 e abril de 2022; e Coelho tinha assumido a função em 14 de abril deste ano.
O substituto indicado do governo deve ser Caio Mário Paes de Andrade, pois em 23 de maio, o Ministério de Minas e Energia havia divulgado uma nota oficial em que informava que tinha decidido pela troca na presidência.