prévia da inflação

IPCA-15 varia 0,04% em junho, e tem 2º mês seguido de desaceleração

Queda de preços no grupo de transportes e alimentação puxaram índice considerado a prévia da inflação para próximo à estabilidade.

Expositor na Ceasa, em Porto Alegre. Crédito: Ceasa/RS Cidade do Abastecimento

A inflação medida pelo IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) variou +0,04% em junho, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). É o segundo mês seguido que o indicador, considerado uma prévia da inflação mensal, apresenta desaceleração. Em maio, a taxa havia ficado em +0,51%.

Conforme o IBGE, dos nove grupos de produtos pesquisados, seis tiveram alta em junho. Habitação (+0,96%), foi o que teve maior variação e o maior impacto no cômputo geral. Os três grupos que registraram queda foram Transportes (-0,55%), Alimentação e bebidas (-0,51%) e Artigos de residência (-0,01%).

No grupo de habitação, a inflação medida pelo IPCA-15 subiu +3,64% por causa de reajustes nas taxas de água e esgoto, em Curitiba (PR), São Paulo (SP), Recife (PE) e Belém (PA). Também houve aumento dos preços por conta de revisões na energia elétrica residencial, com +1,45%.

Em despesas pessoais, houve alta de 6,19% nos jogos de azar, após reajuste médio de 15,00% no valor das apostas, a partir de 30 de abril. Cinema, teatro e concertos (1,29%) e pacote turístico (1,07%) também registraram alta em junho.

O resultado do grupo Saúde e cuidados pessoais (0,19%) foi influenciado pela alta nos preços dos planos de saúde (0,38%), decorrente do reajuste de até 9,63% autorizado pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) em 13 de junho, com vigência a partir de maio de 2023 e cujo ciclo se encerra em abril de 2024. Desse modo, no IPCA-15 de junho foram apropriadas as frações mensais relativas aos meses de maio e junho, explica o IBGE.

Nos Transportes (-0,55%), a variação negativa foi puxada pela queda nos preços dos combustíveis (-3,75%). A gasolina (-3,40%) foi o subitem com o maior impacto individual no IPCA-15 de junho. Os demais combustíveis também registraram recuo nos preços: óleo diesel (-8,29%), etanol (-4,89%) e gás veicular (-2,16%). Além disso, os preços do automóvel novo reduziram -0,84%. Ainda em Transportes, destaca-se a alta de 10,70% nos preços das passagens aéreas, que haviam registrado queda de 17,26% em maio. A alta de 0,99% em ônibus urbano deve-se ao reajuste de 33,33% em Belo Horizonte (7,53%), a partir de 23 de abril.

O grupo Alimentação e bebidas (-0,51%) registrou deflação no mês de junho, após alta de 0,94% no mês anterior. A alimentação no domicílio caiu de 1,02% em maio para -0,81% em junho, influenciada pelas quedas do óleo de soja (-8,95%), das frutas (-4,39%), do leite longa vida (-1,44%) e das carnes (-1,13%). No lado das altas, os destaques foram o ovo de galinha (+2,04%) e o pão francês (+0,72%). A alimentação fora do domicílio desacelerou de +0,73% em maio para +0,29% em junho. Tanto o lanche (+0,34%) como a refeição (+0,28%) registraram resultado inferior ao do mês anterior (+1,08% e +0,46%, respectivamente).

Os preços para elaboração do IPCA-15 foram coletados no período de 16 de maio a 14 de junho de 2023 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 14 de abril a 15 de maio de 2023. O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários-mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, de Porto Alegre, de Belo Horizonte, do Recife, de São Paulo, de Belém, de Fortaleza, de Salvador e de Curitiba, além de Brasília e do município de Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.