O GHC (Grupo Hospitalar Conceição) assumiu, neste sábado (19), a gestão do HFB (Hospital Federal de Bonsucesso), no Rio de Janeiro. A instituição vinha enfrentando um grave sucateamento das suas instalações desde o incêndio que atingiu o local em 2020.
O HFB chegou a ser o maior hospital da rede pública do estado do Rio de Janeiro em volume geral de atendimentos mensais. Até o incêndio na instituição, ocorrido em 27 de outubro de 2020, eram realizadas 15 mil consultas ambulatoriais; 1,3 mil internações; 1,2 mil atendimentos de emergência; 120 mil exames laboratoriais e 5 mil exames de imagem.
O local ficou fechado por alguns dias após o sinistro. Depois, acabou reaberto, mas com várias limitações. Mesmo após 4 anos do incêndio, o hospital necessita de obras urgentes de infraestrutura. O local não possui atendimento de emergência, nem UTIs e Centro Cirúrgico por causa das deficiências estruturais e nas redes hidráulica e elétrica.
A solução destes problemas cabe ao GHC desde a última terça-feira (15), quando o Ministério da Saúde iniciou a transferência da gestão.
Protesto contra transferência de gestão
No entanto, servidores ligados ao Sindsprev/RJ (Sindicato dos Trabalhadores em Saúde, rabalho, Previdência e Assistência Social no Estado do Rio de Janeiro) tentaram impedir a transição. Eles são contra a transferência da gestão do hospital.
Somente neste sábado (19) é que funcionários do GHC conseguiram acessar as dependências do HFB. A meta é reabrir, em até 90 dias, cerca de 200 leitos, que seguem fechados desde 2020.
“Tomamos posse do hospital hoje e nosso primeiro objetivo é garantir a continuidade dos atendimentos que existem, garantir o abastecimento do hospital. Temos problemas na área de medicação, de insumos, de materiais. Além disso, estamos com uma equipe fazendo um diagnóstico para identificar problemas para reabrir os leitos. Sabemos que tem falta de equipamentos”, afirmou o diretor presidente do Grupo Conceição, Gilberto Barichello.
Contratações e compra de equipamentos
Um edital está aberto para a contratação emergencial de 2,2 mil profissionais de saúde, em até 45 dias. Entre os novos trabalhadores, estarão médicos, enfermeiros, técnicos e funcionários administrativos. O processo seletivo vai priorizar profissionais do Rio de Janeiro.
O GHC prevê, ainda, a compra de equipamentos para o Hospital de Bonsucesso. “Tem várias aquisições necessárias para abrir esses leitos e várias reformas também necessárias. Temos um problema importante na parte elétrica do hospital que é antiga e não foi adequadamente corrigida. Nesse período de 45 a 60 dias, ocorrerão várias reformas, aquisição de equipamentos e contratação de pessoal”, adiantou o secretário adjunto de Atenção Especializada à Saúde, Nilton Pereira Junior.
A capacidade total do Hospital Federal de Bonsucesso é de 412 leitos, mas a nova gestão já avalia a possibilidade de ampliar esse quantitativo. “A ineficiência da gestão anterior não conseguiu avançar nesse sentido, mesmo com os recursos que o Ministério da Saúde garantiu. Mesmo com a ampliação do orçamento, não conseguiram garantir a qualidade do atendimento ao paciente”, explicou o secretário.