A população da França voltou às urnas neste domingo (7) para o 2º turno das eleições legislativas. A depender do resultado, o presidente do país, Emmanuel Macron, terá que governar com a extrema direita.
O RN (Reunião Nacional) – partido anti-imigração, nacionalista e que se posiciona contra a cultura dos islamistas que é liderado por Marine Le Pen – dominou o primeiro turno do pleito ao obter 33% dos votos. A Nova Frente Popular, bloco de legendas de esquerda, ficou atrás, com 28%. A coligação liderada pelo presidente francês, Emmanuel Macron, ficou com 20,7%. Outros 10,2% dos eleitores votaram no partido Republicano.
No sistema eleitoral francês, o primeiro turno elimina os candidatos ao parlamento com menos votos em suas zonas eleitorais. Os candidatos que obtiveram mais de 50% dos votos, com uma participação de pelo menos um quarto do eleitorado, vencem automaticamente.
O voto no país não é obrigatório. Os quase 50 milhões de franceses foram convocados às urnas logo no primeiro fim de semana das férias de verão no Hemisfério Norte. Apesar disso, há uma participação recorde, de acordo com os dados divulgados pelo Ministério do Interior.
Governo de coabitação
Um levantamento publicado pelo jornal Les Echos apontou que a sigla de Le Pen pode ganhar de 205 até 230 assentos, enquanto uma pesquisa da Ipsos prevê entre 175 a 205 cadeiras. Para uma maioria governante, são necessárias 289.
O posto de Macron na liderança francesa não será afetado, mas ele corre o risco de precisar trabalhar ao lado de um novo governo e primeiro-ministro com visões totalmente opostas. Em relação ao RN, caso o partido consiga atingir a maioria, Jordan Bardella deverá ser colocado no cargo.
Em uma estratégia para combater a direita radical e evitar uma terceira via entre os eleitores, pouco mais de 220 candidatos já desistiram de disputar o segundo turno, sendo 132 da esquerda e 83 da aliança de Macron.