Brasil e Mundo

Estados Unidos aliviam tarifas sobre eletrônicos importados em meio a temores de inflação

Decisão beneficia produtos como smartphones, laptops e semicondutores, e busca evitar repasse de custos a consumidores

Imagem de <a href="https://pixabay.com/pt/users/tianya1223-4833799/?utm_source=link-attribution&utm_medium=referral&utm_campaign=image&utm_content=5619201">THAM YUAN YUAN</a> por <a href="https://pixabay.com/pt//?utm_source=link-attribution&utm_medium=referral&utm_campaign=image&utm_content=5619201">Pixabay</a>
Imagem de THAM YUAN YUAN por Pixabay

O governo dos Estados Unidos decidiu aliviar parte das tarifas sobre eletrônicos, em uma tentativa de evitar aumentos ainda maiores nos preços ao consumidor. A medida, publicada na noite de sexta-feira (12), isenta de novas taxas produtos como smartphones, laptops, chips e outros equipamentos eletrônicos, que compõem boa parte das importações americanas vindas do país asiático.

As isenções foram formalizadas pela CBP (Agência de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA), que divulgou uma lista de categorias tarifárias excluídas das altas taxas de até 125% anunciadas pelo ex-presidente Donald Trump. Os benefícios são retroativos a 5 de abril, e envolvem 20 grupos de produtos.

Entre os códigos tarifários isentos estão equipamentos de processamento de dados, unidades de disco, monitores, semicondutores e chips de memória. A decisão favorece empresas como Apple, Dell e outras gigantes do setor de tecnologia, que vinham sendo diretamente impactadas pelas tarifas impostas anteriormente.

Alívio parcial e de olho nas eleições

Apesar de não haver uma justificativa detalhada, analistas apontam que a Casa Branca busca equilibrar o endurecimento comercial com a China e a pressão interna por preços mais acessíveis. A decisão chega em um momento sensível da corrida presidencial americana, na qual Donald Trump tenta retornar ao cargo com a promessa de combater a inflação e proteger a indústria nacional.

A suspensão das tarifas mais altas, no entanto, não afeta a taxação base de 20% que Trump havia estabelecido anteriormente sobre produtos chineses, alegando preocupação com a entrada de fentanil e com questões de segurança nacional. Essas taxas continuam em vigor.

Além disso, o ex-presidente sinalizou que deve abrir uma nova investigação sobre o setor de semicondutores, o que pode resultar em novas sanções comerciais. A intenção, segundo a Casa Branca, é reduzir a dependência americana da produção chinesa de tecnologias consideradas críticas.

Preços em risco de disparada

A redução temporária das tarifas busca conter o risco de repasse de preços ao consumidor final, principalmente em itens de alta demanda. Um estudo citado por economistas estima que, com uma tarifa de 125%, o preço de um iPhone topo de linha poderia saltar de US$ 1.599 para mais de US$ 2.300.

Em 2024, smartphones representaram a principal importação americana da China, totalizando US$ 41,7 bilhões, enquanto os laptops chegaram a US$ 33,1 bilhões, conforme dados do Departamento do Censo dos EUA.

As isenções não eliminam o cenário de tensão comercial, mas mostram uma mudança de postura mais pragmática do governo americano diante dos efeitos da inflação e da pressão popular por redução de custos, especialmente em um ano eleitoral.