
O ex-presidente Jair Bolsonaro admitiu que tentou violar a tornozeleira eletrônica que usava. A informação consta em documento interno da Seape-DF (Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal) e em vídeo registrado por agentes na madrugada deste sábado (22).
O episódio foi citado pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), ao decretar a prisão preventiva de Bolsonaro, cumprida pela Polícia Federal por volta das 6h. O ex-presidente estava em prisão domiciliar desde 4 de agosto.
Conforme o documento, a tornozeleira apresentava “marcas de queimadura em toda sua circunferência”. Ou seja, incompatíveis com uma versão inicial de que teria sido danificado em uma escada.
No vídeo citado no relatório, ao ser questionado sobre o que havia ocorrido, Bolsonaro respondeu: “Meti um ferro quente aí… curiosidade”. Ao ser perguntado se seria ferro de passar, disse: “Ferro de soldar, solda”.
O alerta de violação foi registrado às 0h08min, e equipes da Seape foram ao local imediatamente.
A Procuradoria-Geral da República, por meio do procurador-geral Paulo Gonet, se manifestou a favor da prisão preventiva. Bolsonaro permanece na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, em sala com cama, mesa e banheiro privativo.
Moraes cobra explicações
Com base no relatório, Moraes determinou que a defesa esclareça, em até 24 horas, o motivo da tentativa de violação. Para o ministro, o ato reforça o risco de fuga e a possibilidade de obstrução da fiscalização, especialmente diante da convocação de vigília feita pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) para este sábado.
O ministro também mencionou que as manifestações apresentaram “caráter beligerante” e repetiram narrativas falsas contra o STF.
No entanto, a defesa de Bolsonaro afirmou que a prisão preventiva foi baseada em uma “vigília de orações” e classificou a decisão como motivo de “profunda perplexidade”. Os advogados Celso Vilardi e Paulo Bueno disseram que irão recorrer.
Bolsonaro foi condenado a 27 anos e três meses de prisão pela atuação na trama golpista e ainda aguarda execução definitiva da pena.
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