Da casa em estilo Tudor no bairro de classe média da Jamaica, no Queens, em Nova York, ao esplendor do Salão Oval da Casa Branca. Donald Trump, o 45º presidente dos Estados Unidos, mudou o centro da política americana. E assumiu o controle do Partido Republicano depois de sobreviver a uma série de escândalos.
Eleito presidente em 2016 ao conquistar o coração e a barriga da América branca esquecida com o slogan “Make America Great Again” (“Faça a América Grande De Novo”), Trump foi derrotado por Joe Biden em 2020: um revés que ele nunca admitiu. Queixando-se de fraude eleitoral, iniciou uma campanha sobre o tema, que resultou no ataque ao Capitólio dos EUA em 6 de janeiro de 2021.
O ataque e as conspirações sobre os votos roubados lhe custaram duas acusações, uma na Geórgia e outra pelo procurador especial Jack Smith. Além dos impeachments durante sua presidência, Trump também enfrentou uma acusação por documentos secretos encontrados em seu resort em Mar-a-Lago, na Flórida. Acabou condenado por pagamentos à estrela pornô Stormy Daniels.
O último ato político
Ainda caminhando sobre a “grande mentira” das eleições roubadas quatro anos após sua derrota, o ex-presidente pretende agora reconquistar a Casa Branca como o seu último ato político.
Durante a campanha eleitoral, Trump reviveu muitos dos slogans que lhe deram a vitória em 2016. Principalmente os relativos à imigração, mas perdeu terreno após a saída de Biden das eleições.
Na convenção republicana de julho, Trump apareceu com a vitória quase ao seu alcance. Todas as sondagens o colocavam bem à frente de seu rival e ainda saiu imune de uma tentativa de assassinato durante um de seus comícios. Sua imagem com o rosto ensanguentado e o punho erguido o elevou, especialmente entre sua base, a um herói.
Eis que veio a reviravolta em seguida com a desistência de Biden e a nomeação de Harris. Desde então, a campanha do ex-presidente tem sido dura, como demonstra o primeiro e único debate entre os dois candidatos à Casa Branca. No qual ele se viu em dificuldades diante da ex-procuradora.
De playboy a dono de um império
Trump nasceu playboy, um bilionário da construção, sempre obcecado pela altura de seus arranha-céus. Chefe de um império imobiliário herdado de seu pai Fred, que construía pequenas casas para inquilinos de classe média, o início de sua ascensão ao mundo imobiliário remonta à estrondosa década de 1980.
Depois da Trump Tower na Quinta Avenida (da qual ocupa uma cobertura mobiliada ao estilo Rei Sol), construiu outras torres, hotéis e resorts de luxo com o leitmotiv do ouro com que reveste acabamentos e torneiras de banheiros. Mesmo naqueles a bordo do Trump Shuttle, o seu avião pessoal, rebatizado de “Trump Force One” durante sua primeira campanha eleitoral.
Casado com Melania Trump, o ex-presidente já teve outras duas esposas. A primeira foi Ivana, mãe de Don Júnior, Eric e Ivanka (filha preferida). A segunda, Marla Maples, casada após o divórcio de Ivana, em Dallas, e mãe da menos amada Tiffany.