Influenciado pelo mercado externo, o dólar ultrapassou a barreira de R$ 5,70 e fechou no nível mais alto em oito meses. A bolsa de valores alternou ganhos e perdas, mas encerrou com a primeira alta depois de dois dias seguidos de queda.
O dólar comercial encerrou esta quarta-feira (15) vendido a R$ 5,708, com alta de 0,25%. A cotação chegou a abrir o dia em baixa, recuando para R$ 5,66 por volta das 9h30, mas inverteu a tendência após a abertura do mercado norte-americano.
Na quinta alta consecutiva, a moeda norte-americana está no maior valor desde 13 de abril, quando tinha fechado a R$ 5,718.
Nem a atuação do Banco Central (BC) foi suficiente para segurar a cotação. A autoridade monetária vendeu US$ 950 milhões das reservas internacionais e leiloou US$ 1,45 bilhão em contratos de swap cambial, que equivalem à venda de dólares no mercado futuro.
No mercado de ações, o dia foi marcado por uma pequena recuperação. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 107.431 pontos, com alta de 0,63%.
O indicador operou em baixa na maior parte do dia, mas reagiu perto do fim das negociações, embalado pelo desempenho das bolsas nos Estados Unidos.
O dólar subiu em todo o planeta após o Fed (Banco Central norte-americano) anunciar que vai acelerar a retirada de estímulos monetários (compra de títulos) e aumentar os juros da maior economia do planeta por três vezes em 2022.
Originalmente, o programa de compra de ativos pelo Fed acabaria em junho, mas terminará em março do próximo ano por causa do aumento na inflação nos Estados Unidos.
Aumentos de juros nos Estados Unidos estimulam a fuga de recursos de países emergentes, como o Brasil. Isso porque os títulos do Tesouro norte-americano, considerados os investimentos mais seguros do mundo, tornam-se mais atrativos com juros mais altos.
Na reunião de hoje, o Fed manteve os juros básicos no menor nível da história, entre 0% e 0,25% ao ano.
Outro fator que influenciou os mercados nesta quarta-feira foi a divulgação de que a atividade econômica desacelerou. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) teve queda de 0,40% em outubro.
Tido como uma antecipação do Produto Interno Bruto (PIB), o indicador mostra que os aumentos dos juros básicos começam a impactar o crescimento da economia.