Cardeais da Igreja Católica admitiram nesta quinta-feira (20) que cogitam a possibilidade de renúncia do papa Francisco por motivos de saúde. O pontífice está internado há quase uma semana no Hospital Policlínico Agostino Gemelli, em Roma, devido a uma pneumonia bilateral.
O arcebispo de Marselha, cardeal Jean-Marc Aveline, afirmou que “tudo é possível”, após questionamento sobre o tema durante uma coletiva de imprensa no Vaticano. O arcebispo de Barcelona, cardeal Juan José Omella, destacou que as normas canônicas preveem essa possibilidade, enquanto o cardeal italiano Gianfranco Ravasi disse acreditar que Francisco possa renunciar se sua condição de saúde comprometer sua rotina.
“O papa sempre teve a tendência de combater e reagir, mas se ele se encontrar em uma situação onde sua capacidade de manter contatos diretos, como ele gosta de fazer, estiver comprometida, acredito que ele possa decidir pela renúncia”, afirmou Ravasi à rádio RTL 102.5.
Possibilidade de renúncia
O próprio papa Francisco já mencionou a possibilidade de renúncia em diversas ocasiões. Logo no início de seu pontificado, ele redigiu uma carta de renúncia preventiva, caso um problema de saúde o impedisse de continuar no cargo. Em 2023, em um livro publicado sobre sua trajetória, o pontífice afirmou que a renúncia era uma possibilidade real, embora não sentisse necessidade no momento.
Aos 88 anos, Francisco enfrenta internações recorrentes e passou por cirurgias nos últimos anos. Sua permanência à frente da Igreja Católica tem sido tema de discussões internas no Vaticano.