A CNI (Confederação Nacional da Indústria) prevê prejuízos bilionários e encerramento de vagas de emprego no Brasil em 2021 e 2022. O principal motivo é o aumento do preço da energia elétrica. O Brasil está com bandeira vermelha patamar 2 desde setembro por causa da crise hídrica, a pior a atingir o país em 91 anos. Mas a CNI também destaca o custo dos impostos e dos encargos setoriais, os erros regulatórios, o custo elevado da geração desta energia, além da baixa qualidade no fornecimento.
Levantamento da CNI aponta que a elevação no valor cobrado pela energia vai causar uma queda de mais de R$ 8 bilhões no PIB (Produto Interno Bruto). No ano que vem, se nada mudar, o prejuízo para economia brasileira será ainda pior: R$ 14 bilhões.
Para piorar a situação, a Confederação das Indústrias projeta que haverá uma retração no mercado de trabalho. A expectativa é perda de 166 mil postos de trabalho, e uma redução de R$ 7 bilhões no consumo das famílias. As exportações de produtos industrializados também devem retrair R$ 2,9 bilhões, conforme a CNI.
O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, lembra que a crise hídrica é provocada pelo baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas, o que limita a produção de energia mais barata, e obriga o uso das termoelétricas, que são mais caras. Mas ele recorda que, mesmo antes da crise hídrica, o preço da energia era um entrave para o aumento da competitividade da economia brasileira.
“O alto custo dos impostos e dos encargos setoriais e os erros regulatórios tornaram a energia elétrica paga pela indústria uma das mais caras do mundo, o que nos preocupa muito, pois a energia elétrica é um dos principais insumos da indústria brasileira. Essa elevação do custo de geração de energia é repassada aos consumidores, com impactos bastante negativos sobre a economia”, avalia Andrade.