O Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central) decide, nesta quarta-feira (1º), o tamanho do corte na taxa básica de juros, a Selic. A decisão será anunciada no fim do dia.
A expectativa é que a taxa mude dos atuais 12,75% ao ano para 12,25% ao ano. A expectativa do mercado financeiro é que a Selic encerre o ano em 11,75% ao ano.
Esse será o terceiro corte desde agosto, quando a autoridade monetária interrompeu o ciclo de aperto monetário. O Copom reúne-se a cada 45 dias.
A diminuição, ainda projetada por algumas instituições financeiras como 0,25%, ocorre mesmo com a recente alta do dólar e com os juros altos nos Estados Unidos. A guerra no oriente médio também acende um alerta.
Estes fatores, que mexem com as expectativas da inflação no país, fazem o Copom ter incerteza quanto à capacidade do governo federal cumprir as metas do arcabouço fiscal. Daí ainda haver dúvidas quanto ao tamanho da diminuição da selic nesta reunião e também nas próximas.
A inflação é um fator decisivo para a definição da Selic e, atualmente, contribui para o otimismo quanto aos rumos dos juros neste ano. Segundo o último boletim Focus, a estimativa para o IPCA em 2023 passou de 4,65% para 4,63%. A meta, definida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), é de 3,25%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Selic
A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional no Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custódia) e serve de referência para as demais taxas da economia. Ela é o principal instrumento do Banco Central para manter a inflação sob controle.
Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.
Ao reduzir a Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.