O Brasil registrou redução de 70% na área destruída por queimadas no primeiro trimestre de 2025, na comparação com o mesmo período do ano passado. A informação é do Monitor do Fogo, ferramenta do projeto MapBiomas, que utiliza imagens de satélite para monitorar focos de incêndio em todo o país.
Entre janeiro e março, 912 mil hectares foram consumidos pelas chamas — uma queda significativa diante dos mais de 3 milhões de hectares queimados em 2024.
Conforme o levantamento, divulgado nesta quarta-feira (16), o bioma Amazônia foi o mais afetado: sozinho, respondeu por 774 mil hectares queimados, o que representa 84% da área total nacional atingida.
Seca preocupa especialistas
Apesar da queda expressiva, especialistas alertam que o cenário pode se agravar nos próximos meses. A estação seca de 2025, que se aproxima, tende a ser severa, o que pode elevar novamente os números de incêndios florestais.
“A redução expressiva da área queimada na Amazônia é uma boa notícia. Entretanto, é importante entendermos que a estação seca de 2025, que se aproxima, possivelmente será forte, o que pode reverter essa situação”, afirmou Ane Alencar, coordenadora do MapBiomas.
Cerrado vai na contramão
Entre os seis biomas brasileiros, o Cerrado foi o único que registrou aumento no número de áreas queimadas. O bioma teve alta de 12% nas ocorrências, com 91,7 mil hectares atingidos.
O relatório aponta que parte dos focos teve como causa incêndios intencionais ligados à atividade agropecuária, o que ainda representa um desafio no controle ambiental.
De acordo com a análise do MapBiomas, os incêndios no Cerrado continuam sendo um “ponto crítico” para a política ambiental brasileira.