Após oito horas de cerco, o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) se entregou à Polícia Federal na noite deste domingo (23). Ele teve a prisão decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal) após, reiteradamente, descumprir as regras impostas para a sua prisão domiciliar.
Jefferson atacou uma equipe da Polícia Federal que tentou cumprir a ordem judicial. A viatura onde estavam dois agentes foi atingida por, ao menos, vinte disparos de arma de fogo, que atingiram teto e para-brisa. Há suspeita que os tiros sejam de fuzil 5.56, uma arma que era de uso exclusivo das Forças Armadas. Além disso, outras duas granadas teriam sido jogadas contra o veículo.
Fontes da Polícia Federal dizem que que os disparos foram realizados logo no momento da chegada do carro no local. Após atacar os policiais, Jefferson divulgou vídeos para afirmar que não se entregaria à polícia e onde confirmava ter atirado contra os policiais.
Os dois policiais federais, a agente Karina Oliveira e com o delegado Marcelo Vilella, ficaram feridos. Eles foram atendidos em um hospital e, posteriormente, liberados. Os dois voltaram de Levy Gasparian, onde ocorreu a tentativa de assassinato, e foram para a sede da Polícia Federal, no Rio de Janeiro.
Na semana passada, o ex-deputado chamou a ministra Cármen Lúcia, do STF, de “Cármen Lúcifer” e a comparou a “prostitutas” em um vídeo publicado por sua filha, a ex-deputada Cristiane Brasil (PTB) nas redes sociais. A ABJD (Associação Brasileira de Juristas pela Democracia) havia pedido ao ministro do STF Alexandre de Moraes que revogasse a prisão domiciliar de Jefferson por ter descumprido a condicional que lhe garantia a prisão domiciliar.
Após a prisão, Moraes se manifestou no Twitter. “Parabéns pelo competente e profissional trabalho da Polícia Federal, orgulho de todos nós brasileiros e brasileiras. Inadmissível qualquer agressão contra os policiais. Me solidarizo com a agente Karina Oliveira e com o delegado Marcelo Vilella que foram, covardemente, feridos.”
O ex-deputado será levado à sede da PF, no Centro do Rio de Janeiro. Depois seguirá para o IML (Instituto Médico Legal), para exame de corpo de delito. Ainda hoje ele deve ser transferido para a cadeia de Bangu 8.