O Consórcio Pró-Sinos está monitorando de perto a situação do Rio dos Sinos, diante da estiagem que provoca redução do nível e da vazão das águas. A entidade é o Interlocutor entre os 28 municípios consorciados dos 30 que compõem a bacia hidrográfica. A situação é considerada “preocupante” no momento, mas pode se agravar e avançar para o nível “crítico”.
Conforme a organização, o baixo volume de chuva e a sequência de dias quentes oferecem risco para a região, que já registrou a morte de peixes no início da semana. Por causa disso, estão sendo compartilhadas informações técnicas com os municípios, e acompanhado a repercussão em cada cidade.
A plataforma do Programa de Monitoramento Espacial do Pró-Sinos contempla dados sobre a qualidade da água, o acumulado de chuva, nível do rio e vazão. Os dados têm acesso público e são compartilhados por entidades como o Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais) e a ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico).
Em meados de dezembro, a campanha de medições já revelou situação preocupante dos pontos de monitoramento situados no baixo Sinos. Foi registrada a piora nos valores dos parâmetros de qualidade da água.
Na ocasião, foi registrado o valor mais baixo no IQA (índice de qualidade da água) desde o início das medições, na foz do Arroio João Corrêa, em São Leopoldo. O IQA aferido foi 11,06. A escala de qualidade medida pelo IQA vai até 100, sendo esse o valor da água de melhor qualidade.
Na avaliação do presidente do Pró-Sinos e prefeito de Esteio, Leonardo Pascoal, além do monitoramento e da troca de informações entre os gestores – que permitem tomadas de decisão mais seguras, baseadas em dados –, é fundamental o engajamento da população. “Neste período de férias, as famílias estão mais em casa, e o consumo de água geralmente aumenta. No entanto, precisamos de consciência para evitar o desperdício”, destaca o presidente.
Rio dos Sinos está em nível baixo
Em relação ao acompanhamento dos dados de quantidade de água no Rio dos Sinos, a Estação da ANA em São Leopoldo, indicava 38 centímetros ontem (4). Este é um valor de nível relativo, medido a partir de um ponto de referência. O valor mais frequente deste indicador é 1,33 metro.
Na captação de água do SEMAE (Serviço Municipal de Água e Esgotos), o nível considerado adequado para esta época do ano é de 2,5 metros e, na mesma data, registrou-se 1,1 metros.
Na terça-feira, a vazão do rio chegou a 8,72 m³/s (metros cúbicos por segundo). Conforme o Plano de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos, a vazão normal é da ordem de 71 m³/s. Em épocas de estiagem, pode chegar a 2,9 m³/s, situação crítica, na seção de São Leopoldo, onde está a Estação da ANA. Esse dado revela que, embora a vazão registrada recentemente seja preocupante, ainda não é crítica.
Morte de peixes
Uma consequência preocupante da estiagem é que parte do esgoto das cidades fica retido nas tubulações. Assim que chove, o resíduo represado vai para o rio. Sendo um volume de chuva pequeno, o aumento de matéria orgânica poderá produzir um consumo excessivo de oxigênio e ocasionar a mortandade de peixes. Tal situação só pode ser corrigida pelo investimento no tratamento de esgotos das cidades.
Para o abastecimento de água potável das cidades, a maior concentração de poluentes ainda pode ser contornada por tratamentos caros, realizados nas Estações de Tratamento de Água. Mas, para a falta de água, não existe outra alternativa que não seja o consumo racional.
Como posso ajudar?
- Evite o desperdício de água:
- Evite lavar calçadas, carros, molhar plantas e encher piscinas até a situação normalizar.
- Acumule a roupa para utilizar a máquina de lavar na capacidade máxima.
- Ao lavar a louça, feche a torneira e utilize apenas para enxágue.
- Não deixe a torneira aberta enquanto escova os dentes.
- Combata vazamentos mesmo que sejam apenas pingos.
- Seja rápido no banho e desligue o chuveiro enquanto se ensaboa.