Produtores realizaram um protesto em Porto Xavier, na fronteira do Rio Grande do Sul com a Argentina.
Eles ressaltam que há desigualdades na importação de produtos vindos de países do Mercosul. O protesto ocorreu na praça central do município, e terminou na Aduana.
Segundo a Fetag-RS (Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul), a mobilização teve como pauta principal o leite, mas também reivindicou pelos produtores de alho, vinhos, carnes e cebola.
“Culturas que estão sofrendo devido a entrada de produtos dos países vizinhos com preços muito abaixo da produção nacional, o que torna as atividades praticamente inviáveis para a agricultura familiar brasileira”, disse a Fetag-RS.
“No caso do leite, apenas no mês de junho, a importação representou cerca de 20 dias da produção de leite do Rio Grande do Sul. Foram 20 toneladas de leite em pó, o que na conversão representa 200 milhões litros de leite importados”, completou.
No que refere a valores, na Argentina, no Uruguai e no Paraguai, o quilo do leite em pó varia entre R$18,09 e R$19,65, enquanto no Brasil, o quilo custa R$26. Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX/MDIC).
“A desigualdade de condições entre os produtores brasileiros e dos países vizinhos é muito grande e o governo federal precisa tomar medidas de forma urgente, pois se tornou inviável competir com os produtos importados. Queremos igualdade de condições, pois na qualidade nós temos certeza de que podemos competir sem medo”, ressaltou o presidente da Fetag-RS, Carlos Joel da Silva
Segundo a Fetag-RS, a pauta completa incluiu:
1) Implementação de barreira comercial para barrar a entrada de leite e derivados dos países membros do Mercosul;
2) Implementação de regra para que nenhuma empresa ou indústria que importar leite ou derivados receba qualquer tipo de benefício fiscal do Estado;
3) Liberação do recurso do FUNDOLEITE para implementar políticas de apoio ao produtor de leite no Rio Grande do Sul;
4) Mudança nas regras do Proagro para não prejudicar os agricultores e pecuaristas familiares que enfrentaram três secas consecutivas;
5) Atualização do limite do imposto de renda para os agricultores e pecuaristas familiares;
6) Correção ou rebate no enquadramento da DAP e CAF-Pronaf para acessar os financiamentos de custeio e investimento.