Um experimento que avaliou perdas de água e solo em diferentes tipos de sistemas de cultivo, é o tema do boletim “Impacto de sistemas de sucessão e rotação de culturas nas perdas de solo e água”. A autoria é do DDPA/Seapi (Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação). A publicação está disponível gratuitamente aqui.
O departamento da Seapi realizou o estudo no Cesem (Centro Estadual de Diagnóstico e Pesquisa em Sementes), em Júlio de Castilhos. Lá, avaliou durante um ano a influência de níveis crescentes de diversidade de espécies vegetais e da operação de escarificação, que ocorre quando se rompem camadas compactadas ou adensadas de solo. Ambos com objetivo de controlar o escoamento superficial.
Ademais, observaram-se perdas mais acentuadas de água e de solo no sistema com sucessão soja-trigo, comparado aos sistemas com rotação. “Esta é uma indicação clara de que a prática da rotação de culturas precisa ser considerada para controlar o escoamento”, destaca a pesquisadora Madalena Boeni. Ela é uma das autoras do boletim técnico.
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Assim, conforme a pesquisadora, isso mostra como a utilização deficiente do plantio direto, praticada em grande parte dos solos agricultáveis, vem aumentando as áreas degradadas. E, ainda, potencializam as perdas de solo e água da lavoura, pela dinâmica do escoamento e da erosão. “O resultado é o assoreamento dos mananciais hídricos, reduzindo não só a qualidade, como também a disponibilidade de água em sistemas agrícolas”, conclui.
Outros apontamentos
Além disso, o experimento também demonstrou que o sistema de rotação com maior diversificação de culturas foi o mais eficiente em reduzir as perdas de solo e água por escoamento. Para Madalena, os resultados evidenciam que o sistema de plantio direto é efetivo quando adotado de forma integral, com a diversificação de culturas e cobertura da superfície do solo.
“É altamente relevante a inclusão de plantas de cobertura de solo nos sistemas de produção. De forma a manter o solo permanentemente coberto, com contínuo aporte de resíduos orgânicos. Estas plantas podem ser utilizadas pelos produtores, seja no cultivo isolado ou em consórcio, no planejamento da rotação de culturas das suas lavouras”, complementa.
