47ª EDIÇÃO

Saiba como ocorre a preparação de um touro que participa da Expointer

A Seapi trouxe como exemplo um bovino de corte da raça Limousin, cor vermelha. Ele é o atual campeão da Expointer

Foto: FernandoDias/Seapi
Foto: FernandoDias/Seapi

Para participarem dos julgamentos de raças na Expointer, todos os animais passam por um longa preparação, que envolve alimentação, descanso e outros muitos cuidados. A Seapi (Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação) trouxe como exemplo um bovino de corte da raça Limousin, cor vermelha.

O touro Hudson da Boa Esperança é filho do touro francês chamado Duvalier com uma vaca que já foi grande campeã Limousin da Expointer, a 3M Xuza. Ele tem cinco anos e, em 2023, pesava 1.410 quilos. Naquela edição recebeu o título de touro mais pesado da Expointer.

Hudson deve superar a marca este ano. “Penso que ele deve chegar a pesar 1.450 quilos. Mas só vamos saber quando começar a feira, porque ele não consegue entrar na balança da propriedade”, comenta o pecuarista Edgar Lima, o Cacaio, proprietário da Fazenda Boa Esperança, de Cachoeira do Sul.

Preparação

Lima conta que solta seus bovinos Limousin no campo o tempo todo. “Eles têm piquetes de um a um hectare e meio, onde se alimentam fora da época da exposição duas vezes ao dia. A cada vez, a gente dá dois canecos de ração especial (cada um de 2,5 quilos, com 16% de proteína), casquinha de soja e silagem de milho, além de vitaminas e homeopatia para combater o carrapato”, explica.

O produtor destaca que, quando é época de exposição, os animais de mais idade e que precisam ter um peso diferenciado são presos em estábulos cerca de 50 ou 60 dias antes. “As fêmeas não são presas, só os machos”, esclarece. “Mas a gente caminha com eles duas vezes por dia, com sol ou chuva, é bom para eles terem resistência. E os alimentamos três vezes ao dia. Os animais adultos comem 13,5 quilos de ração por dia cada um. Quando eles estão presos, precisam de um pasto, então eu dou alfafa triturada, porque o aproveitamento é total”, comenta Lima.

A preparação, na verdade, começa desde cedo. “Quando os animais completam quatro meses já começamos a analisar a filiação, se os pais são especiais, vamos observando as características do animal, a forma de se portar, o andar, e outras características da raça. E começamos a amansá-los aos poucos. Desde novos eles ganham alimentação diferenciada com vitaminas”, conta Lima.

Estética

Cerca de 30 ou 40 dias antes da Expointer, os criadores casqueiam os animais. Os cascos têm a finalidade de sustentação e locomoção dos bovinos. O casqueamento tem como principal objetivo prevenir doenças dos cascos em animais estabulados e mantidos em piquetes.

“Fazemos as unhas dos animais. Vem um veterinário de Santa Catarina, especialista em podologia, ele casqueia os animais, coloca em um brete para ajustar os cascos. Assim, quando eles entrarem em pista poderão caminhar sem problemas. Isso tudo influencia na reprodução também”, esclarece Lima.

Segundo ele, alguns produtores também tosam seus animais para a exposição. “Nós já tosamos, mas hoje optamos por não tosar mais. Só fazemos algum acabamento no prepúcio ou na cola, escovamos e penteamos seu pelo”.