APROVEITAMENTO DAS FLORADAS

Floração da canola impulsiona apicultura migratória no Rio Grande do Sul

Apiários têm sido deslocados para as proximidades das lavouras para que haja aproveitamento das floradas para a produção de mel

Foto: Jose Schafer/ Emater/RS-Ascar
Foto: Jose Schafer/ Emater/RS-Ascar

O avanço das áreas de cultivo da canola em fase de floração no Rio Grande do Sul tem estimulado a atividade da apicultura migratória. Assim, apiários têm sido deslocados para as proximidades das lavouras para que haja aproveitamento das floradas para a produção de mel.

Conforme a Seapi (Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação) as abelhas contribuem para a polinização cruzada das plantas. Dessa forma, a fixação das flores ocorre de forma mais fácil, elevando o número de síliquas (frutos) por planta e a produtividade final.

Clima favoreceu

As precipitações em volumes satisfatórios que ocorreram nos últimos períodos no Rio Grande do Sul restabeleceram os níveis de umidade do solo. Dessa forma, o clima beneficiou o desenvolvimento da cultura da canola.

As lavouras estão 22% em floração, 4% em formação das síliquas e 74% na fase vegetativa. A alternância entre chuvas e dias ensolarados favoreceu este quadro.

Recomendação aos produtores

De acordo com o Informativo Conjuntural, divulgado pela Emater/RS-Ascar da última quinta-feira (31), as condições atuais das lavouras de canola exigem maior atenção por parte dos produtores gaúchos. Isso no que diz respeito ao monitoramento e controle preventivo de patógenos.

Mas, no geral, não houve ocorrências relevantes de pragas ou doenças, o que contribui para o desempenho das lavouras.

Situação por região

Para esta safra de inverno, a Emater projeta o cultivo de 203.206 hectares com canola, e produtividade de 1.737 kg/ha. Na região administrativa da Emater de Ijuí, houve recuperação no desenvolvimento vegetativo das plantas, que estão emitindo folhas vigorosas e maiores, resultando em cobertura eficiente do solo e redução da competição com plantas daninhas.

Estima-se que 75% das áreas estejam em fase vegetativa; 18% em floração; e 7% em formação e enchimento de síliquas. Embora o manejo inicial das plantas daninhas tenha sofrido atraso em algumas áreas, a posterior aplicação de herbicidas foi eficaz, sem prejuízos ao desenvolvimento da cultura.

Na região de Santa Rosa, 53% dos cultivos de canola estão em fase de desenvolvimento vegetativo, 38% em floração e 9% em enchimento de grãos. As condições ambientais no período permitiram o avanço das práticas de manejo.

Na região de Soledade, o estado geral da cultura está satisfatório. As ações de manejo incluem monitoramento de pragas e tratamentos preventivos de doenças. Em diversas áreas, vêm sendo aplicados bioinsumos, como Trichoderma spp. e Bacillus subtilis para controle de patógenos, além de Beauveria bassiana no manejo de traça-das-crucíferas, entre outros agentes biológicos.