Um estudo do DDPA (Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária) quer verificar se a abelha mamangava europeia invasora (Bombus terrestris), já está em território brasileiro, em áreas de fronteira entre Brasil e Uruguai. Estas espécies exóticas invasoras estão entre as principais causas diretas de perda de biodiversidade e extinção de espécies, juntamente com as mudanças climáticas e perda de habitats.
“O estudo vai avaliar a atual condição de abundância e riqueza das mamangavas nativas do Pampa, elaborar uma lista de plantas utilizadas como recursos alimentares por espécies de mamangavas nativas e disponibilizar subsídios para conservação de mamangavas nativas do Bioma Pampa”, afirma Sidia Witter, coordenadora da pesquisa.
A abelha mamangava europeia invasora, introduzida no Chile para polinização de culturas, invadiu a Argentina e poderá se expandir alcançando outros países sul-americanos num futuro próximo, segundo estudo da USP (Universidade de São Paulo), realizado em 2015.
Conforme a Seapi (Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação), as abelhas são indispensáveis à natureza devido aos serviços de polinização. Mas, apesar dessa espécie de mamangava ser considerada boa polinizadora, como invasora, pode se tornar altamente competitiva com as espécies nativas.
“Nos países onde foi introduzida, essa mamangava vem causando impactos negativos na produção de mel, na polinização de certas culturas, transmissão de doenças e patógenos a outras espécies de abelhas, competição por recursos alimentares com as mamangavas nativas, podendo até levar a extinção de espécies nativas em determinados locais”, disse a secretaria em comunicado.
Se encontrada em território brasileiro essa abelha não deve ser morta, mas sua presença deve ser comunicada ao Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária da Seapi pelo e-mail: [email protected]. É recomendado também fazer uma foto com a coordenada geográfica para o mesmo endereço de e-mail.
O projeto é coordenado pelo DDPA (Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária) e conta com a colaboração dos pesquisadores da USP André Luís Acosta, Antônio Mauro Saraiva, Vera Imperatriz-Fonseca, da Ulbra (Universidade Luterana do Brasil) Jefferson Radaeski, da Unisinos (Universidade do Vale do Rio dos Sinos) Patrícia Nunes-Silva e do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) Carlos Yung-Dias.