IMPACTOS DA ESTIAGEM

Estiagem prejudica lavouras de verão no RS

Informativo da Emater/RS-Ascar destaca efeitos da estiagem nas lavouras de soja, milho, arroz e culturas diversas.

Foto: Felipe Bieger - Emater RS-Ascar
Foto: Felipe Bieger - Emater RS-Ascar

A redução nas precipitações no Rio Grande do Sul configura um cenário preocupante de estiagem, com danos mais acentuados no Centro-Oeste do Estado. As lavouras semeadas no início de novembro apresentam perdas significativas de produtividade devido ao estresse hídrico e à queda de estruturas reprodutivas.

Segundo o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, divulgado nesta quinta-feira (23), as áreas plantadas de soja em dezembro enfrentam maior exposição ao vento e à radiação solar, intensificando a perda de umidade no solo. Esse cenário favorece a reinfestação de plantas daninhas e compromete o fechamento das entrelinhas nas lavouras.

Regiões mais críticas e impactos

Em regiões críticas, o longo período sem chuvas ou a presença de solos rasos e arenosos têm causado mortalidade de plantas jovens e desenvolvimento vegetativo abaixo do esperado. Contudo, nas áreas mais a Leste, o estresse hídrico diminuiu devido às chuvas regulares, mantendo o potencial produtivo próximo ao projetado.

Na região administrativa de Santa Rosa, 59% das lavouras de soja estão em estágio vegetativo, enquanto 35% estão em floração e 5% em enchimento de grãos. O murchamento intenso das folhas ao amanhecer evidencia o estresse hídrico. Em solos rasos, a coloração parda das folhas indica perda da capacidade fotossintética e risco de senescência.

Sistemas de irrigação e monitoramento

Os sistemas de irrigação estão em operação regular, mas é necessário monitorar a presença de ferrugem. Após a colheita do milho irrigado, produtores têm semeado soja, já em fase de emergência, nas áreas anteriormente cultivadas.

Situação do milho

A colheita do milho avançou e atinge 28% da área projetada. Apesar das restrições hídricas em algumas regiões, os resultados iniciais são favoráveis, superando o potencial produtivo em várias áreas. Na Região Leste, as chuvas regulares têm mantido as lavouras próximas à normalidade, enquanto no Centro-Oeste as perdas são mais acentuadas.

Colheita de arroz e feijão

A colheita de arroz iniciou em 15/01 nos municípios de Itaqui e Maçambará. Apesar da estiagem, a produtividade média é de 8.750 kg/ha. Já as lavouras de feijão da primeira safra aproximam-se da finalização, com rendimentos estimados em 1.600 kg/ha, dependendo do nível tecnológico empregado.

Olerícolas e frutícolas

A produção de abobrinha em Lajeado, em sua maioria cultivada em estufas, mantém qualidade mesmo com a estiagem. A colheita de milho-verde avança em Santa Rosa, com preços entre R$ 0,80 e R$ 1,50 por espiga. No setor frutícola, a safra de figos no Vale do Rio Caí registra boa qualidade, com preços variando entre R$ 6,00 e R$ 15,00 por quilo, dependendo do destino da produção.