Entidades do setor agropecuário se mobilizam para tentar mudar o calendário de semeadura 2023/2024 da soja no Rio Grande do Sul. O assunto foi alvo de um debate realizado na Expointer na segunda-feira (28), onde federações, integrantes do governo e deputados criaram um documento para ser encaminhado ao MAPA (Ministério da Agricultura e Pecuária).
Conforme a resolução do ministério, os agricultores gaúchos teriam 100 dias para fazer o plantio da oleaginosa, entre 1º de outubro e 8 de janeiro de 2024. No ano passado, a janela de semeadura ocorreu entre 15 de outubro e 28 de fevereiro, totalizando 140 dias.
As entidades apontam que, devido à estiagem que se abateu no RS por causa do fenômeno La Niña entre 2019 e 2022, foi o calendário mais extenso que permitiu ao produtor fazer o cultivo de soja nas últimas safras. O período avaliado como “ideal” para os representantes dos agricultores seria de 130 dias, garantindo plantio entre 1º de outubro e 7 de fevereiro.
A partir do encontro, realizado no auditório do espaço do governo do Rio Grande do Sul, foi produzido um documento, que foi assinado pelas entidades envolvidas. “A partir do posicionamento, vamos encaminhar a manifestação, alertando que o prazo de 100 dias é estreito para o plantio”, destacou o secretário estadual de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, Giovani Feltes.
“Se não houver a adequação, haverá redução na área cultivada do milho”, alertou o 1º vice-presidente da Farsul, Elmar Konrad. A estimativa é que pode ocorrer uma redução de cerca de 300 mil hectares com o cultivo do grão, essencial para a cadeia da proteína animal. A medida, conforme alertam representantes do setor, também pode impactar na produção da soja safrinha, na geração de emprego, renda e na arrecadação do Estado.
Participaram do encontro: FecoAgro, Fetag, Acergs, Aprosoja, Farsul, Sistema Ocergs, Apassul, Agro Effective, Instituto de Ciências Agronômicas, Sindicatos Rurais de Santo Ângelo e Carazinho, Conab, Emater, Seapi e deputados.