As chuvas extremas desde o final de abril causaram danos por inundações e deslizamentos em boa parte do território gaúcho. No meio rural, as enchentes causaram estragos em mais de 206 mil propriedades, com perdas na produção e na infraestrutura. Além disso, 34.519 famílias ficaram sem acesso à água potável.
Esses dados constam no Relatório de perdas referente à maior calamidade climática que atingiu o Rio Grande do Sul. A divulgação do documento ocorreu na segunda-feira (3) através da Seapi (Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação) e da SDR (Secretaria do Desenvolvimento Rural).
O documento, que abrange o período entre 30 de abril e 24 de maio, é de autoria da Emater/RS Ascar (Associação Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural). Os dados são oriundos do sistema Sisperdas, que reúne informações de todos os escritórios regionais e municipais da Emater.
“A partir desse levantamento de perdas, vamos conseguir agir com ainda mais precisão e celeridade. Na estruturação de ações e políticas públicas para auxílio aos agricultores familiares e recomposição de nossas áreas produtivas”, afirmou o titular da SDR, Ronaldo Santini.
Perdas
Em relação a produção de grãos, as perdas se referem às áreas que não puderam ser colhidas, ou às que foram colhidas e tiveram baixo rendimento, incluindo soja, milho e feijão, entre outros. As perdas nas culturas de inverno foram pontuais e correspondem a áreas recém-semeadas, que deverão ser replantadas. Ao todo, 48.674 produtores de grãos tiveram prejuízos, grande parte de milho e soja.
No meio rural, 19.190 famílias tiveram perdas relativas às estruturas das propriedades, como casas, galpões, armazéns, silos, estufas e aviários. Em relação à agroindústria, dados preliminares apontam prejuízos para cerca de 200 empreendimentos familiares.
Assim, extensionistas da Emater/RS-Ascar priorizaram a sobrevivência e a acolhida das famílias atingidas em todas as regiões do Estado. Além disso, a instituição tem trabalhado no levantamento das perdas sociais, agropecuárias e de infraestrutura que o processo construção de políticas públicas pode considerar.
Por fim, as chuvas intensas de maio atingiram 9.158 localidades no RS. Atualmente, dos 497 municípios gaúchos, 78 estão em estado de calamidade pública (a maior parte no Vale do Taquari e na Região Metropolitana de Porto Alegre), enquanto 340 estão em situação de emergência.