VÍRUS AVIÁRIO

Doença de Newcastle: área de emergência é limitada a cinco municípios gaúchos

Decisão do Mapa modifica a portaria que colocava todo o Rio Grande do Sul em estado de emergência zoossanitária

Ações de vigilância ativa continuam ocorrendo no raio de dez quilômetros a partir do foco - Foto: Julia Chagas/Seapi
Ações de vigilância ativa continuam ocorrendo no raio de dez quilômetros a partir do foco - Foto: Julia Chagas/Seapi

O Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária) restringiu a área de abrangência da emergência zoossanitária para contenção da doença de Newcastle, limitando-a aos municípios que estão no raio de dez quilômetros a partir do foco confirmado. São eles: Anta Gorda, Doutor Ricardo, Putinga, Ilópolis e Relvado.

O Governo do Estado já havia publicado, na quinta-feira (25), decreto em que declara estado de emergência de saúde animal nos mesmos municípios.

A decisão do Mapa modifica, assim, a portaria publicada em 18 de julho, que colocava todo o Rio Grande do Sul em estado de emergência zoossanitária.

“Foi com nossos dados e informações que o Ministério se embasou para tomar esta decisão”. Quem explica é a diretora do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal da Seapi (Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação), Rosane Collares. 

Dessa forma, o estado de emergência tem duração de 90 dias, podendo ser prorrogado em caso de evolução do estado epidemiológico. Durante sua vigência, há o isolamento sanitário da área afetada.

Haverá restrição do movimento de material de risco relacionado à disseminação da doença. Isso inclui o direcionamento de trânsito por vias públicas para desinfecção, ou mesmo o bloqueio de acessos.

Vistorias

Até quarta-feira (24), o Serviço Veterinário Oficial do estado já havia vistoriado todas as propriedades dentro do raio de três quilômetros (área perifocal) e iniciava revisitações a estes locais. As equipes visitaram 78% dos estabelecimentos incluídos no raio de dez quilômetros (área de vigilância) a partir do foco.

Somando as duas áreas, são 858 propriedades no total, entre granjas comerciais e criações de subsistência.

Assim, as barreiras sanitárias continuam funcionando, ininterruptamente, em quatro pontos na área perifocal e dois locais na área de vigilância. Até o momento, as equipes abordaram 726 veículos alvo na área perifocal e 415 na área de vigilância.

Sem novos casos

Após o caso confirmado que levou ao decreto de estado de emergência zoossanitária, não houve novas suspeitas de foco da doença. A Seapi já encaminhou duas amostras coletadas no município de Progresso, com suspeita de síndrome respiratória e nervosa das aves, para o Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de Campinas (SP). Mas o resultado foi negativo.

Mas os trabalhos continuam. Todas as suspeitas da doença devem ser notificadas imediatamente à Secretaria da Agricultura, por meio da Inspetoria ou Escritório de Defesa Agropecuária, pelo sistema e-Sisbravet ou pelo WhatsApp (51) 98445-2033.

Doença de Newcastle

A causa da doença de Newcastle é a infecção por vírus pertencente ao grupo paramixovírus aviário sorotipo 1 (APMV-1), virulento em aves de produção comercial. Além de aves, ela pode atingir répteis, mamíferos, e até mesmo seres humanos.

Os sintomas incluem sinais respiratórios, neurológicos ou mortalidade alta e súbita em aves. Os últimos casos no Brasil ocorreram em 2006 e em aves de subsistência, nos estados do Amazonas, Mato Grosso e Rio Grande do Sul.