A estiagem e temperaturas acima da média histórica durante o verão 2022/2023 afetou muito a produção de leite no Rio Grande do Sul. A seca prolongada causou a redução do acesso à água para os animais, a diminuição das pastagens, dificultou a nutrição por meio de grãos e, por consequência, atingiu o desempenho dos animais.
Os dados estão no Comunicado Agrometeorológico 51 – Especial Biometeorológico Verão 2022-2023, editado pelo Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação.
Durante os meses de dezembro de 2022, janeiro e fevereiro de 2023, a precipitação total mensal ficou abaixo da média climatológica em quase todos os municípios. Além disso, o Rio Grande do Sul foi atingido por sequenciais ondas de calor, que afetaram diretamente o gado leiteiro. Além disso, o verão se caracterizou pelos baixos valores de umidade relativa do ar, o que pode ser associado aos baixos valores de chuva.
“A avaliação do trimestre evidenciou períodos consideráveis de estresse térmico impostos aos animais, com elevadas estimativas de queda de produção de leite em todas as regiões do Estado. O quadro se acentuou em vacas lactantes de alta produção, afetando o retorno econômico dos produtores rurais”, detalha a pesquisadora Ivonete Fátima Tazzo. Dentre as regiões do Estado, o Vale do Uruguai (municípios de Frederico Westphalen e Santa Rosa) se destacou como a que registrou maiores períodos de desconforto térmico para os animais.
O Comunicado Agrometeorológico também apresenta medidas de mitigação de perdas em função de estiagem e períodos de calor intenso. A principal é atenção ao acondicionamento térmico dos animais. Estudos indicam que o estresse térmico afeta negativamente o desempenho das vacas em lactação, resultando em perdas econômicas importantes para os produtores e para a indústria de laticínios.