A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) anunciou, nesta quarta-feira (22), em Porto Alegre, um novo pacote de medidas para movimentar cerca de 630 mil toneladas de arroz da safra 2024/25. O presidente da estatal, Edegar Pretto, fez o anúncio em coletiva de imprensa.
Também estavam na divulgação do plano representantes da Federarroz (Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul) e da Abiarroz (Associação Brasileira da Indústria do Arroz). O objetivo é reequilibrar os preços de mercado, escoar o excedente e garantir renda aos produtores, incentivando a continuidade da produção.
O investimento previsto é de R$ 300 milhões, utilizando instrumentos da PGPM (Política de Garantia de Preços Mínimos).
As medidas
Nesta nova etapa, a Conab empregará mecanismos de PEP (Prêmio para Escoamento de Produto), Pepro (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural) e AGF (Aquisições do Governo Federal). O acionamento deste ocorre quando o preço de mercado de um produto agrícola fica abaixo do Preço Mínimo fixado pelo Governo Federal.
“Atualmente, o preço pago ao agricultor no Rio Grande do Sul, principal estado produtor de arroz, está em torno de R$ 58 por saca de 50 quilos, enquanto o preço mínimo estabelecido é de R$ 63,64 — uma diferença de mais de R$ 5 por saca. Como há diferenças regionais entre o preço da saca, o quantitativo pode variar para mais ou para menos, dependendo da região que buscar a oferta de subvenção”, relatou a Conab em comunicado.
Divisão das operações
A previsão da Conab é que as operações de PEP e Pepro vão movimentar, juntas, cerca de 500 mil toneladas de arroz. Mas o quantitativo total dependerá das regiões que irão arrematar as ofertas em leilão. As operações devem começar em, no máximo, 15 dias.
No caso do PEP, a Conab concede uma subvenção econômica a indústrias e comerciantes que adquirirem o arroz diretamente de produtores ou cooperativas pelo Preço Mínimo, com o compromisso de escoá-lo para fora da região Sul. Já o Pepro é pago diretamente ao produtor que participar dos leilões. Para recebê-lo, ele deve comprovar a venda e escoamento do arroz por um valor que, somado ao prêmio, resulte no Preço Mínimo. Está previsto um investimento de cerca de R$ 100 milhões para o uso destas ferramentas.
Por sua vez, o AGF permite ao governo federal adquirir o arroz diretamente dos agricultores, formando estoques públicos estratégicos. A estimativa da estatal é adquirir 130 mil toneladas, com um investimento de até R$ 200 milhões.
Estimativa de produção
A Conab divulgou na semana passada o 1º levantamento da safra de grãos do ano agrícola 2025/26. O Rio Grande do Sul continua como o maior produtor de arroz do país. No entanto, a queda no preço do grão no mercado deverá resultar em retração de 3,1% na área plantada e de 10,5% na produção, estimadas, respectivamente, em 938,1 mil hectares e 7,8 milhões de toneladas. Apesar das baixas, a expectativa é positiva para a cultura.
Com reservatórios em níveis satisfatórios, além da previsão de alta radiação solar e dias quentes nos meses de janeiro e fevereiro, o desenvolvimento das lavouras deve ser favorecido durante as fases de floração e enchimento de grãos.
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