Falta de crédito e seguro agrícola, preços muito baixos no mercado e possibilidade do impacto de um evento El Niño são alguns dos fatores do cenário atual que estão preocupando os produtores de trigo no Rio Grande do Sul, na preparação para a safra 2023.
Estes foram temas abordados pela reunião da Câmara Setorial do Trigo, realizada pela Seapi (Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação).
Segundo a Seapi, as previsões de plantio para a safra deste ano pelo IBGE e pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) ainda estão sendo apuradas, mas dados preliminares estimam em torno de 1,5 milhão de hectares plantados, com produção total próxima a 5 milhões de toneladas.
Levantamento
A Fecoagro (Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul) realizou um levantamento entre 20 cooperativas do Estado sobre a intenção de plantio de trigo para a safra de 2023 e identificou um aumento de 1,42% na área de cultivo.
No entanto, consulta de dados junto ao Banco Central sobre os créditos contratados para a safra de trigo deste ano apontam para o financiamento de 710 mil hectares, quando o contratado na safra passada, neste mesmo período, ultrapassou 1 milhão.
“Isso pode sinalizar redução da área de cultivo, ou então que o produtor possa ter alcançado seu limite de crédito com a safra de verão”, complementou a gerente executiva de produtos e projetos de agronegócios do Banrisul, Paula Bernardi.
“Como encaminhamento, a Câmara Setorial deverá elaborar um documento de alerta elencando os temas mais preocupantes para a cadeia produtiva do trigo no Rio Grande do Sul, a ser enviado ao Governo Federal, para que seja informado da gravidade da situação”, ressaltou a Seapi.