Agora no Trânsito

Rodoviários suspendem paralisação nas linhas intermunicipais por uma semana

A decisão ocorre após um encontro entre os representantes dos funcionários, as empresas de ônibus e o governo do Estado.

Os rodoviários que atuam nas linhas metropolitanas de transporte coletivo decidiram suspender a paralisação que estava marcada para segunda-feira (9). A decisão ocorre após um encontro entre os representantes dos funcionários, as empresas de ônibus e o governo do Estado. A reunião foi mediada pela Secretaria de Articulação e Apoio aos Municípios. A trégua foi parabenizada por ATM (Associação dos Transportadores Intermunicipais Metropolitanos de Passageiros) e SETERGS (Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários do Estado do RS).

Durante as tratativas, as empresas pediram um prazo aos rodoviários para tentar colocar benefícios em dia e, assim, evitar a greve. “Entramos em um acordo. Caso não se tenha um respaldo positivo, é possível que a categoria paralise os trabalhos na próxima sexta. Entretanto, vamos aguardar o desenrolar das tratativas durante a próxima semana”, afirmou o diretor-secretário do Sindimetropolitano (Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Rodoviários Intermunicipais, de Turismo e de Fretamento da Região Metropolitana), Alex Pereira, em fala ao jornal Correio do Povo.

Uma eventual paralisação poderia afetar linhas metropolitanas que atendem os municípios de Alvorada (Soul), Cachoeirinha (Transcal), Canoas (Transcal), Glorinha (Sogil), Gravataí (Sogil), Nova Santa Rita (Vianova) e Viamão (Viamão e Itapuã). Os rodoviários reivindicam pagamento integral do vale alimentação, que teria sido cortado, o pagamento regular de férias, além de reajuste salarial. A categoria também questiona as demissões de rodoviários, que teriam chegado a cota de 1,6 mil.

A paralisação total da circulação dos coletivos poderia levar a um colapso generalizado no já combalido sistema de transporte metropolitano. Sem circular, as empresas não teriam como arrecadar o dinheiro da passagem, o que piora a situação fiscal das companhias, já afetadas pela queda abrupta de passageiros por causa da pandemia da Covid-19. A Vicasa, que operava nas linhas metropolitanas e de integração com o Trensurb em Canoas sucumbiu diante de uma paralisação de rodoviários. Todos foram demitidos e as linhas passadas para a Transcal, do mesmo grupo econômico.

A ATM, que reúne os transportadores metropolitanos de passageiros, parabenizou a suspensão da greve na segunda-feira. No entanto, reforçou que o Governo do Estado “deverá ajudar a encontrar alternativas ao grave desequilíbrio econômico-financeiro” das sofridos pelas empresas de ônibus. “O transporte público de passageiros vem sofrendo queda gradual de demanda há alguns anos. O fato se agravou com a pandemia e com as limitações da capacidade de transporte dos ônibus impostas pelos decretos. Apesar disso, as empresas vêm cumprindo rigorosamente seus compromissos com a classe trabalhadora”, afirmou a ATM, por meio de nota.

“Desde o início do ano, os operadores do sistema metropolitano vêm buscando alternativas junto ao Governo do Estado para que se construa uma solução equilibrada, que garanta a manutenção de um serviço essencial para milhares de pessoas, bem como a preservação das atividades dos colaboradores das empresas”, conclui a associação.