NOVO REAJUSTE

Tarifa do transporte metropolitano aumenta 14,21% em fevereiro

A Metroplan diz que a medida busca equilibrar o sistema, que enfrenta déficits acumulados desde a pandemia de Covid-19.

Ônibus da linha Monte Alegre de Viamão, com destino indicado na placa eletrônica, circulando pela Usina do Gasômetro, em dia ensolarado.
Crédito: Cristine Rochol/PMPA

Vai ficar ainda mais cara a tarifa dos ônibus azuis, que ligam Porto Alegre a municípios da região metropolitana. Um novo reajuste, de 14,21% vai começar a valer no dia 1º de fevereiro. O anúncio ocorreu nesta terça-feira (28).

A Metroplan (Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional) diz que a medida busca equilibrar o sistema, que “enfrenta déficits acumulados desde a pandemia de Covid-19”. Conforme o órgão, os reajustes incluem percentuais pendentes de revisões tarifárias anteriores, somando 27,92% necessários desde 2021, dos quais apenas 12% foram aplicados nos últimos três anos e meio.

O impacto será mais significativo para os moradores de Alvorada e Viamão, que representam cerca de 40% do total de usuários da modalidade comum dos ônibus metropolitanos. Por exemplo: linhas de Alvorada que hoje custam R$ 6,30 vão passar para R$ 7,15. Em Viamão, o valor subirá de R$ 6,85 para R$ 7,85.

Para usuários frequentes, o reajuste representa um aumento de custos mensais significativos. Por exemplo, um trabalhador que utiliza transporte intermunicipal em dias úteis poderá gastar em média R$ 47 a mais por mês, considerando 22 dias úteis.

Impactos no bolso e no serviço

A crise no transporte público metropolitano vem se agravando a cada ano. Com um sistema ineficiente, os usuários optaram por ter carro próprio e, na última década, buscaram o uso de aplicativos.

A situação que era ruim, no entanto, teve dois grandes agravantes: a demanda reduzida após a pandemia da Covid-19 (2020-2021) e, mais recentemente, pela maior enchente da história do Estado, que paralisou o transporte em várias cidades no mês de maio.

A Metroplan admite que o sistema ainda enfrenta desafios estruturais, como a necessidade de modernização e melhor oferta de horários para atender os passageiros.

Situação atual do sistema

O superintendente da Metroplan, Francisco Horbe, disse que o aumento é necessário para evitar colapsos operacionais. “Sem o repasse de verbas federais para cobrir gratuidades legais, todos os subsídios precisam sair do caixa estadual. O reajuste evita aportes ainda maiores no futuro”, afirmou.

O governo do Rio Grande do Sul já injetou R$ 157,3 milhões no sistema para cobrir déficits tarifários no transporte intermunicipal desde 2020. Mas isso, no entanto, não ajudou a melhorar a qualidade ou pontualidade dos coletivos azuis.