A PRF (Polícia Rodoviária Federal) prendeu, na madrugada desta quinta-feira (17), dois homens que transportavam 160 litros de agrotóxicos de origem estrangeira proibidos no país. A abordagem ocorreu na BR-101, em Torres.
Conforme a PRF, as prisões ocorreram durante ações de combate ao crime. Agentes abordaram uma Ranger ocupada pelos dois homens. O veículo tinha placas de Arroio do Silva, em Santa Catarina.
Na caçamba do veículo, havia diversos galões de agrotóxicos importados ilegalmente, totalizando 160 litros. O produto era feito de uma substância proibida no Brasil.
O uso desse tipo de produto importado ilegalmente representa graves riscos à saúde e ao meio ambiente. A Lei Federal 14.785/2023 prevê pena de reclusão de 3 a 9 anos para quem transportar, produzir, armazenar, importar, utilizar ou comercializar agrotóxicos não autorizados ou não registrados.
O motorista, um homem de 73 anos, natural de Quaraí, e o passageiro, de 28 anos, natural de Santa Terezinha de Itaipu, no Paraná, não possuíam antecedentes. A PRF os encaminhou para a delegacia de Torres, juntamente com o material apreendido.
Agrotóxicos: riscos à saúde
A OIT (Organização Internacional do Trabalho) afirma que os agrotóxicos causam 70 mil intoxicações agudas e crônicas por ano e que evoluem para óbito, em países em desenvolvimento. Há registro também de outros mais de sete milhões de casos de doenças agudas e crônicas não fatais.
O Brasil vem sendo o país com maior consumo destes produtos desde 2008, decorrente do desenvolvimento do agronegócio no setor econômico. Dessa forma, há sérios problemas quanto ao uso de agrotóxicos no país: permissão de agrotóxicos já banidos em outros países e venda ilegal de agrotóxico que já com proibição de uso.
A exposição aos agrotóxicos pode causar uma série de doenças. A depender do produto que utilizado, do tempo de exposição e quantidade de produto que o organismo absorveu.
É importante considerar, por fim, que toda a população está suscetível a exposições múltiplas a agrotóxicos, por meio de consumo de alimentos e água contaminados. Gestantes, crianças e adolescentes também são considerados um grupo de risco devido às alterações metabólicas, imunológicas ou hormonais presentes nesse ciclo de vida.