Neste ano de 2024, o inverno começará oficialmente no dia 20 de junho, nesta quinta-feira, precisamente às 17h50 no horário de Brasília (20h50 UTC), quando ocorre o solstício de inverno no hemisfério sul e o solstício de verão no hemisfério norte.
Este evento marca a transição das estações e traz consigo mudanças significativas na duração dos dias e das noites.
O que é o solstício?
O termo “solstício” tem origem no latim e significa “sol parado”. Os astrônomos antigos notaram que, ao observar a trajetória do Sol no céu, sua posição ao meio-dia variava até atingir um ponto máximo e parecer “parar”. Esse fenômeno ocorre duas vezes ao ano: no solstício de verão e no solstício de inverno.
“As estações do ano acontecem devido à inclinação do eixo da Terra em relação ao seu plano de órbita e também devido à sua translação em torno do Sol. O início das estações do ano está associado aos solstícios (inverno e verão) e aos equinócios (outono e primavera)”, explica Josina Nascimento, astrônoma do Observatório Nacional.
Observação do “sol parado”
Conforme explica Josina, uma forma interessante de observar o “sol parado” é notar onde o Sol nasce e se põe a cada dia. Nos equinócios, o Sol nasce exatamente no ponto cardeal leste e se põe no ponto cardeal oeste.
Após essas datas,o Sol passa a nascer cada dia mais afastado do ponto cardeal leste e passa a se pôr cada dia mais afastado do ponto cardeal oeste.
Nos solstícios o Sol atinge seu afastamento máximo e começa a “voltar”, nascendo cada dia mais na direção leste e se pondo cada dia mais na direção oeste.
É essencial lembrar que nunca devemos olhar diretamente para o Sol, pois isso pode causar sérios danos à visão. Para observá-lo de maneira segura, devemos utilizar filtros apropriados, telescópios específicos ou métodos de observação indireta.
Variação na duração dos dias e noites
A chegada do inverno influencia na duração dos dias e noites. Durante os equinócios, o dia e a noite têm duração praticamente igual. Após o equinócio de outono, os dias vão se tornando progressivamente mais curtos até o solstício de inverno, quando ocorre a noite mais longa do ano.
Após esse ponto, os dias começam a se alongar novamente até atingir um equilíbrio próximo ao equinócio de primavera, continuando a aumentar até a menor noite do ano no solstício de verão.
“Esse fenômeno é mais acentuado quanto mais afastado do equador terrestre o observador se encontra. Quem está perto do equador terrestre, não percebe diferença no comprimento dos dias. Quanto maior a latitude, mais se percebe essa diferença, chegando ao máximo nos pólos, onde o sol não nasce no inverno e não se põe no verão.” esclarece Josina.
Atualmente, o início do inverno pode ocorrer nos dias 20 ou 21 de junho. Esta variação está ligada principalmente à precessão dos equinócios, que desloca os pontos dos equinócios em relação às estrelas.
Além disso, há uma diferença entre o ano civil e o ano trópico: enquanto o ano civil tem 365 dias, o ano trópico (tempo entre dois solstícios ou equinócios consecutivos) tem 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 46 segundos. Essa discrepância é ajustada pelo ano bissexto, corrigindo a defasagem de cerca de 6 horas que ocorre a cada ano.